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Criação coletiva de matrizes suínas cresce no Brasil, aponta Mapa

Publicado em 02/05/2017

O sistema de gestação coletiva de matrizes suínas foi discutido durante o seminário técnico da Avesui 2017, feira da indústria latino-americana de aves e suínos, em Florianópolis (SC). Foram avaliados os cenários nacional e internacional para essa prática. A criação coletiva de matrizes suínas, bastante utilizada na Europa e Canadá, está em expansão no Brasil.

Também foram discutidos os desafios do manejo reprodutivo e nutricional nesse tipo de criação em grupo para as matrizes. Representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e Embrapa fizeram um balanço dos resultados que firmaram no Protocolo de Intenções, em 2015. O foco era em ações conjuntas de capacitação para promover o bem-estar animal e as boas práticas de produção, entre elas a gestação coletiva.

Para o diretor da Secretaria de Mobilidade Social do Produtor Rural e Cooperativismo, Pedro Correa Neto, “ implantar as boas práticas e sistemas que visem a sustentabilidade e redução dos impactos ambientais (tratamento de dejetos), é fundamental”. Nos últimos três anos a pesquisa, os treinamentos e as linhas de crédito nortearam a cooperação entre governo e setor produtivo. Foram treinados, por meio do Protocolo MAPA e ABCS, 4.111 produtores e técnicos das agroindústrias, em 11 estados.

O projeto Diálogos Setoriais com a União Europeia, que envolve 30 diferentes ações de bem-estar animal, estimulou o projeto de boas práticas de produção e de sustentabilidade. Segundo o diretor executivo da ABCS, Nilo de Sá, a suinocultura tem recebido positivamente as práticas de bem-estar animal e de sustentabilidade, principalmente em novos projetos. De acordo com o diretor, “o trabalho integrado do MAPA com a ABCS no setor e por meio do protocolo de intenções firmado, tem dado excelentes resultados”.

Pioneiro

A Granja Miunça, pioneira no Brasil na utilização do sistema de gestação coletiva de matrizes suínas (desde 2010), pretende estendê-lo, até o fim de setembro, a toda a propriedade. O proprietário, Rubens Valentini, possui plantel de 2.500 animais criados no sistema convencional (gaiolas) e tem 1.500 matrizes na gestação coletiva. Em cinco meses, todas as fêmeas deverão ser alojadas no sistema coletivo. Localizada em Brasília, no Núcleo Rural PAD-DF, a propriedade ocupa 290 hectares, com 110 hectares em área de preservação natural, com lotação de 4 mil suínos.

As gaiolas ainda são muito usadas no Brasil, apesar da restrição de espaço para locomoção, da privação da vida em grupo, de mudanças de comportamento dos animais e de feridas causadas pelo fato de a fêmea ficar muito tempo deitada (decúbito/lateral), entre outros problemas. O pouco espaço que as matrizes possuem em gaiolas não possibilita que se locomovam, somente podendo deitar e levantar, comer e beber água.

Na gestação coletiva, as fêmeas ficam reunidas em pequenos grupos, com bom espaço para circulação, soltas no galpão de alojamento. A alimentação pode ser automatizada, com a ração sendo oferecida conforme a necessidade do animal, dentro de sistema informatizado. Além da economia na alimentação, evitando desperdícios, também existem efeitos benéficos para o organismo da fêmea suína. A taxa de parição também é alta: superior a 90%, derrubando o mito que a gestação coletiva pode causar aborto, pela crença de efeitos negativos da movimentação dos animais e de brigas entre as fêmeas.


Informações de Suinocultura Industrial

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