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Publicado em 13/04/2017
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolve uma pesquisa que busca a integração da produção de biocombustível com a alimentação de animais. A proposta, apresentada durante a Tecnoshow Comigo 2017, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, consiste em usar cogumelos para extrair componentes tóxicos das sementes de algodão. Em seguida, após a extração do óleo para o biodiesel, é possível usar os farelos das sementes e os fungos em uma ração.
O pesquisador Félix Siqueira explicou que o produtor vende o algodão para a indústria têxtil
e as sementes para extração do óleo, que é usado da produção de biocombustível.
No entanto, o farelo que sobra após essa extração pode ser usado para alimentação animal.
“O farelo é muito nutritivo por ser rico em proteínas, lipídios, carboidratos, vitaminas e minerais. No entanto, apresentam alguns compostos que podem causar intoxicação, principalmente em aves. Os ruminantes têm alguma resistência e até já comem, mas essas moléculas podem causar essa intoxicação”, afirmou.
Buscando aproveitar melhor esse farelo, a equipe foi atrás de maneiras de extrair esses componentes tóxicos para melhorar a qualidade da semente como alimento. A pesquisa encontrou algumas espécies de cogumelos que fazem esse trabalho e deixam o produto mais nutritivo.
“Esses fungos são usados como forma de bioremediação, que é a correção de algum processo, por exemplo. Já identificamos 14 fungos que degradam entre 80% e 100% das moléculas tóxicas e também têm função nutricional porque têm antioxidantes, polissacarídeos, agentes redutores de colesterol e enzimas”, contou.
Siqueira ressalta que a aplicação do fungo é feita direto no farelo, após a extração do óleo, portanto, o mesmo processo pode ser aplicado em outras sementes com compostos tóxicos, com o pinhão manso e a mamona. No entanto, quase não há plantação dessas outras opções.
Ainda segundo ele, o resultado é uma ração animal natural e saudável, que pode ser dada ainda
para cachorros e peixes, já que ainda não há produção em larga escala do material. “Continuamos
a pesquisa para saber se é possível ainda reduzir o número de vacinas medicamentos ministrados aos animais,
já que eles estarão se alimentando com um material mais nutritivo”, explicou.
Inoformações
G1.
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