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Publicado em 16/02/2016
O governo do Paraná busca consenso para definir se a campanha de vacinação contra a febre aftosa prevista para maio será a última da história do estado. Mirando o reconhecimento internacional como área livre da doença sem imunização do rebanho, o estado dá sequência à preparação para atender todos os requisitos exigidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) . Mas, para colocar as medidas efetivamente em prática, a aposta é manter o diálogo com o setor privado para que não haja resistência às mudanças.
A intenção inicial da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) era suspender a vacinação já no ano passado. Entretanto, questionamentos do setor produtivo e as restrições orçamentárias enfrentadas pelo Estado levaram as entidades a adiar a decisão, pois nem todas as obras de infraestrutura sanitária necessárias para o controle da doença estavam prontas.
Agora os debates recomeçam, mas a campanha de imunização do primeiro semestre está mantida, revela o presidente da Adapar, Inácio Kroetz. “Quem vacinou em novembro vacina em maio. Até porque é a partir daí que começa a contar o calendário da OIE, com o período de 12 meses sem vacinação até a obtenção do status de área livre.” Ele explica que, havendo consenso geral, o pleito é apresentado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que por sua vez faz a solicitação para a OIE.
Ainda assim o impasse parece longe de um desfecho. Entidades que se manifestaram contrárias à mudança no ano passado, como a Sociedade Rural do Paraná, não recuaram. “Reconhecemos a importância da área livre sem vacinação, mas questionamos o modo como está sendo feita essa transição”, afirma o presidente da entidade, Moacir Sgarioni. “Enquanto o mundo amplia as fronteiras comerciais nós iremos nos fechar, e sem nenhum ganho real garantido”, critica.
Kroetz adota tom conciliatório, mas defende as vantagens da medida. “Não é uma decisão que vem de cima para baixo, também precisa ser um desejo do setor produtivo o fim da vacinação”, pondera. “Mais dia ou menos dia o fim da vacinação terá que ocorrer. O impacto positivo está mais calculado e comprovado”.
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