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Pesquisa comprova impacto da anemia infecciosa equina em cavalos pantaneiros

Publicado em 26/01/2016

aie

O desempenho físico de cavalos é fortemente prejudicado pela anemia infecciosa equina (AIE). A descoberta foi feita por estudo da doença imunodepressora que atinge os equídeos (cavalos, jumentos, burros e mulas), confirmando os efeitos negativos causados pela enfermidade em cavalos do Pantanal.

Foram investigados animais usados no manejo de gado em fazendas da região. A iniciativa, liderada pela pesquisadora Márcia Furlan, da Embrapa Pantanal (MS), é desenvolvida desde 2013 e finaliza agora os primeiros resultados. "Essa doença é viral e não tem cura. Uma vez que o animal esteja contaminado, vai estar sempre contaminado", diz a pesquisadora.

A pesquisa envolveu ainda o trabalho da pesquisadora Adalgiza Carneiro, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Segundo Adalgiza, a equipe comparou o desempenho físico de um grupo de cavalos sadios com o de um grupo infectado em duas fazendas pantaneiras.

O objetivo era examinar se a doença prejudica a realização da principal atividade desses animais na região, que é o manejo do rebanho na bovinocultura de corte. Os testes foram aplicados em dois grupos homogêneos de cavalos da raça Pantaneira, com avaliações de intensidade progressiva – que simularam a rotina de trabalho dos animais na região.
 

Doentes trabalham menos

Após um período de condicionamento, aplicações de testes e análises, os pesquisadores constataram que os cavalos infectados têm um desempenho notavelmente inferior em relação aos sadios. "A frequência cardíaca dos cavalos negativos para o teste de anemia infecciosa equina fica baixa durante os testes. Quando os que possuem a doença entram no trote ou no galope, essa frequência vai lá em cima. Portanto, vemos que os animais infectados suportam menos trabalho", diz a pesquisadora.

Para Adalgiza, isso significa que os animais positivos para AIE são mais suscetíveis a falhas e ataques cardíacos durante trabalhos intensos e longos no campo – característicos da região pantaneira – podendo chegar, até mesmo, à morte.

Outra análise realizada pela equipe foi a avaliação de distância percorrida. Nesse teste, os animais andavam 1.500 metros em cada modalidade: passo, trote curto e alongado, galope curto e alongado. "Vimos que a distância percorrida pelos cavalos sãos foi maior que a percorrida pelos positivos, que não aguentavam nada. Logo, a frequência cardíaca deles chegou a quase 200 – o máximo que se consegue no trabalho de um cavalo. A dos negativos ficou baixa, mostrando que, realmente, os animais positivos trabalham menos e suportam menos a lida no campo", explica.

Para a pesquisadora, esses resultados desmentem a noção de que os animais contaminados trabalham com a mesma eficiência dos sadios: "Isso vem para convencer o produtor rural de que ele perde dinheiro se mantiver esses animais positivos na fazenda".

Dentro dos trabalhos desenvolvidos pela  Articulação da Rota Estratégica de Biotecnologia Animal, um grupo de trabalho multi-institucional, com o apoio da Rede Paranaense de Metrologia e Ensaios (Paraná Metrologia), foi responsável pelo desenvolvimento do projeto Acreditar, que  auxiliou 7 laboratórios de diagnóstico veterinário e 1 de diagnóstico vegetal no processo de acreditação na norma ISO 17.025.

O projeto ACREDITAR surgiu em resposta à exigência do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), referente IN 57/2013, que visa o estabelecimento de critérios e requisitos para o credenciamento e monitoramento de laboratórios públicos ou privados, para a realização de diagnósticos da Anemia Infecciosa Equina e do Mormo.

Com informações de Globo Rural

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