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O consumo de carne de animais tratados com antibióticos afeta a saúde das crianças?

Publicado em 25/01/2016

antibiotico

Em um novo artigo,  “Nontherapeutic Use of Antimicrobial Agents in Animal Agriculture: Implications for Pediatrics”, a Academia Americana de Pediatria (AAP) chama a atenção para a resistência a antimicrobianos e a crescente crise de saúde pública que aponta para uma prática agrícola comum como causa contribuinte: o uso indevido de antibióticos em animais de produção. Tal prática pode colocar em risco a capacidade da medicina para tratar infecções com risco de vida em pacientes jovens.

O artigo discute como os agentes antimicrobianos são usados na agropecuária, revê os mecanismos de como tais usos contribuem para o desenvolvimento de resistência e discute iniciativas globais e americanas para driblar o uso de antimicrobianos na agricultura.

De acordo com o artigo, a resistência antimicrobiana é uma das ameaças mais sérias à saúde pública global e pode ameaçar a habilidade em tratar doenças infecciosas.  O uso excessivo e indevido de agentes antimicrobianos na medicina humana e veterinária é, em grande parte, responsável pela emergência da resistência bacteriana a antibióticos. Aproximadamente 80% do total de agentes antimicrobianos vendidos nos EUA em 2012 foram para o uso animal, e aproximadamente 60% destes agentes são considerados importantes para a medicina humana. A maior parte deste uso envolve a adição de baixas doses de agentes antimicrobianos à ração de animais saudáveis a fim de promover o crescimento e melhorar a conversão alimentar ou a fim de prevenir doenças. Estes usos não terapêuticos contribuem para a resistência e criam novos riscos à saúde humana.

Segundo estatísticas citadas, a maior incidência de infecções notificadas ocorre entre crianças menores de 5 anos de idade. No ano de 2013, estimou-se que houve 1,2 milhões de infecções por Salmonella nos Estados Unidos, sendo que 100.000 delas foram resistentes a medicamentos. Já quanto às infecções pela bactéria Campylobacter, das 1,3 milhões de infecções no ano de 2013, 310.000 foram resistentes a antimicrobianos.

O artigo conclui que devido à existência do link entre o uso de antibióticos em animais de produção e a ocorrência de infecções resistentes à antibióticos em humanos, agentes antimicrobianos devem ser usados somente para o tratamento e controle de doenças, e não de forma preventiva como rotina ou para promover crescimento.

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