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Publicado em 15/12/2015
O Projeto Rentabilidade no Meio Rural apresentado na manhã do dia 11 de dezembro foi desenvolvido pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT). Durante a vasta programação de palestras, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as metodologias de levantamento de dados e custo de produção de sistemas integrados, todos desenvolvidos pelo projeto denominado URTE (Unidades de Referência Tecnológica e Econômica). As URTE's são áreas demonstrativas que estão localizadas em propriedades rurais onde, atualmente, são conduzidos sistemas de produção de Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF) em que são realizados trabalhos de pesquisa e validação de tecnologia.
O pesquisador da Embrapa Júlio Cesar dos Reis explicou que o objetivo é subsidiar políticas públicas para o setor agropecuário por meio do sistema ILPF como alternativa metodológica, como também estabelecer uma proposta de avaliação econômica. "Essa temática ainda é uma lacuna que precisamos preencher e isso não acontece somente em Mato Grosso. Esse projeto já vai para o terceiro ano. Foi um período interessante de aprendizado em relação ao que é o sistema e agora chegamos em uma fase de estabelecimento deste método e principalmente das primeiras apresentações de resultados que é exatamente o que mostramos aqui".
Segundo Reis, a ideia é criar e implementar uma metodologia padrão de levantamento, análise de dados em unidade de referência tecnológica e econômica em Mato Grosso e em sistemas integrados de produção.
De acordo com o analista do Imea Miqueias Michetti, durante o ano de 2015 foram percorridos cerca de 17 mil quilômetros com o objetivo de coletar dados e acompanhar pesquisadores. Ele ainda conta que foram visitadas 10 fazendas e três madeireiras, como também participaram de workshop, treinamentos, reuniões e dias de campo.
A primeira URTE foi instalada na Fazenda Dona Isabina, município de Santa Carmem, médio-norte do Estado. A fazenda aposta no ILPF com a produção de soja, arroz, milho, pastagem/ ruziziensis e boi safrianha.
O pesquisador explica que as dez propriedades escolhidas para o URTE já utilizam do sistema ILPF. Os proprietários têm um pouco mais de domínio das tecnologias e isso facilita a coleta de dados. "A ideia é que uma vez consolidado o método, identificado os resultados e apresentados, consigamos cada vez mais mobilizar outros produtores, fora essas dez fazendas que já são parceiras da Embrapa e do Imea a adotar o sistema. Isso já vem acontecendo, porém em uma escala pequena e o projeto veio justamente para fomentar de maneira mais abrangente", ressaltou.
A ILPF no final do ciclo mostrou ser economicamente mais interessante e rentável do que um modelo exclusivo de lavoura. "Tivemos um resultado de mais ou menos 5% a 6% de retorno a mais do que um sistema de lavoura exclusivo e esse resultado obviamente veio em função do momento de avaliação de 2005 a 2012, e principalmente em virtude do componente pecuária. Esses resultados mostram a importância dessa sinergia entre os componentes do sistema. Se confrontamos essa ILPF com agricultura como alternativa, esse fator positivo vem basicamente da existência da pecuária dentro da integração", salientou Reis.
Para a trainee do Imea Mariana Takahashi, a URTE busca um sistema de produção bem definido, assim como a consolidação das tecnologias, padronização da metodologia de levantamento e avaliação e manter a visão sistemática dos técnicos e produtores.
Mariana falou sobre as dificuldades enfrentadas pelos produtores no inicio do ciclo de pesquisas em 2005. "No inicio do ciclo a soja estava com preço baixo, porém foi melhorando ao longo do tempo, basicamente a partir de 2009 que a soja começa a apresentar resultados mais positivos. Dentro da nossa avaliação tem uma grande parte dos produtores que estava na agricultura que passaram por momentos bastante complicados", apontou Mariana.
A trainee espera que com o URTE os resultados sejam mais conclusivos e com isso consigam superar as limitações. "Agora que entramos na fase dos resultados e temos uma confiança muito grande em cima do que o projeto mostrou, podemos ajudar os produtores a visualizar as possibilidades de retorno econômico através do sistema de ILPF. Obviamente que quanto mais dados e estudos tivermos nessa linha mais resultados positivos teremos", enfatizou a trainee.
Com informações de Embrapa
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