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Publicado em 30/09/2015
O pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Arthur Mariante, explicou à ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, durante visita ao estande da Embrapa na Expointer 2015, no dia de 04/09, sobre o serviço lançado no evento, de disponibilizar espaço no Banco Genético para que associações de criadores de raças comerciais preservem seu material genético, e a importância do Banco para o presente e o futuro da agropecuária brasileira. Kátia Abreu ficou muito entusiasmada e prometeu visitar o Banco Genético ainda este ano, acompanhada de parlamentares.
O serviço oferecido pela Unidade é inédito no Brasil e oferece aos criadores a possibilidade de conservar
as linhagens formadoras de seus rebanhos comerciais congeladas em botijões de nitrogênio líquido a 196ºC
abaixo de zero, com total segurança, tecnologia de ponta e sem custos. O contrato entre a Embrapa e as associações
e cooperativas é firmado a partir de Acordos de Depósito de Segurança Padrão e garante a essas
instituições a conservação do material genético em condições adequadas e
sem manipulação pelo tempo que considerarem necessário.
A possibilidade de estender aos
produtores a conservação das raças comerciais no Banco Genético da Embrapa é um dos benefícios
proporcionados pela nova estrutura inaugurada em abril de 2014, que conta com uma área de cerca de 2.000 metros quadrados,
na qual uma sala é voltada exclusivamente à manutenção de três criobancos (botijões
de nitrogênio líquido), com capacidade para armazenar 270 mil doses de sêmen. Além disso, o novo
prédio possui uma fábrica própria de nitrogênio líquido, o que o torna autossuficiente,
apto a produzir aproximadamente 100 litros por dia. Por isso, o serviço pode ser oferecido sem custos para os produtores.
Os botijões de nitrogênio líquido dispõem de tecnologia de ponta para conservação
do material genético. Antes de ser depositado nos botijões, o sêmen é acondicionado em um moderno
sistema desenvolvido na França, composto por canister, goblet e visotube, em distintas cores, o que além de
aumentar a segurança do material armazenado, facilita a localização das amostras no botijão, pela
hierarquização que o sistema permite.
Segundo Mariante, essa é a primeira vez que a Embrapa
oferece aos produtores a oportunidade de conservar material genético de raças comerciais em seu Banco Genético.
"O objetivo é auxiliá-los na preservação das linhagens que deram origem aos seus rebanhos atuais",
explica. Dessa forma, a Embrapa e os produtores estarão contribuindo para resgatar e conservar a história da
pecuária no Brasil.
Os animais mais produtivos utilizados hoje na pecuária nacional são resultados de trabalhos desenvolvidos pelos criadores, muitas vezes associados a pesquisadores com base em análises genéticas, sempre com foco no aumento da produtividade. Neste longo processo de seleção, muitas linhagens são descartadas pelos criadores. O serviço que a Embrapa está oferecendo permite conservar as linhagens que não estão sendo utilizadas, mas que poderão se mostrar importantes para futuros programas de melhoramento genético. "Muitas vezes, essas linhagens possuem genes ligados a características importantes como resistência a doenças ou resistência a estresses climáticos, entre outras, que podem ter sido perdidas nas gerações atuais da mesma raça", afirma Mariante, lembrando que a manutenção desse material genético sai caro para os pecuaristas por causa do alto custo do nitrogênio líquido.
O pesquisador lembra que nos Estados Unidos a ABS, que é a maior central de inseminação artificial de bovinos do mundo, doou ao Banco Genético do Departamento de Agricultura Americano (USDA, sigla em inglês), em Fort Collins, Colorado, milhares de doses de sêmen, que haviam sido coletadas na década e que não estavam mais sendo utilizadas.
Além de isento de custo, o serviço oferecido conta com a segurança e o expertise alcançados pela Embrapa ao longo de mais de três décadas voltadas à conservação de recursos genéticos animais no Brasil.
Com informações de Embrapa.
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