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Publicado em 06/07/2015
Dentro de sete meses, 20 milhões de filhotes de peixe pesando 30 g serão transferidos
para gaiolas de aço flutuantes no rio Paraná. Seis meses depois, com quase 1 kg, serão o primeiro
lote do maior investimento feito no país em aquicultura.
O projeto começará com 25 mil toneladas
por ano, mas prevê quadruplicar a produção até 2020. Se o cronograma for seguido, o Brasil
chegará perto de dobrar sua produção atual, de 150 mil toneladas anuais.
Os US$ 51 milhões
investidos na primeira etapa são 100% capital próprio da Tilabras, parceria entre
uma das maiores produtoras de tilápia do mundo, a americana Reagal Springs, e a brasileira
Axial, holding que atua no setor por meio da Mar & Terra.
Na avaliação de Sylvio Santoro
Filho, diretor de projeto da Tilabras, o potencial do Brasil é enorme. Estão no país as maiores
reservas de água doce do mundo, e o clima quente favorece a engorda dos peixes. No inverno, chegam a parar de comer
e levam até 45 dias mais (ou seja, de 8 a 9 meses) para atingirem o tamanho necessário.
O fato de
que o brasileiro come poucos pescados –a média é inferior a 10 kg de pescado por pessoa por ano, abaixo
dos 12 kg recomendados pela OMS e metade da média global (19 kg)– é visto como oportunidade de expansão
pela nova empresa.
O Mato Grosso do Sul foi escolhido por ser grande produtor de grãos, outro ponto forte
do Brasil. Soja é insumo da ração, o principal item da planilha de custos da empresa, chegando a 70%.
A Tilabras produzirá sua própria ração quando estiver criando 50 mil toneladas de tilápia,
ponto que viabiliza a fábrica.
A FAO estima que a demanda global por pescados crescerá em aproximadamente
30 milhões de toneladas até 2030. Essa oferta adicional virá da aquicultura, já que a pesca não
tem superado os cerca de 90 milhões de toneladas anuais na última década.
Entre os atuais
líderes na produção de pescados, poucos têm condições de aumentar a produção
de forma significativa. A China, por exemplo, líder na produção de tilápias, enfrenta aumento
nos custos, o que poderia abrir espaço para o Brasil.
A expectativa é que o país, hoje líder
na exportação de carne bovina e de frango, galgue posições também no setor de pescados.
"Saímos de pequenos produtores nacionais e passamos a multinacionais. Abriram-se as comportas para que empresas da
mesma grandeza enxerguem o Brasil como oportunidade sensacional", diz Barbalho.
Santoro admite o risco de novos
competidores, mas defende que a Tilabras tem o trunfo do pioneirismo. "Até se instalarem, já teremos ampliado
e conquistado o mercado interno, fator importante de viabilidade econômica." Leia a notícia completa aqui.
Fonte: Folha de São Paulo
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