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Publicado em 12/06/2015
Um estudo realizado por pesquisadores da Embrapa Agrobiologia em pastos do Cerrado brasileiro mostra que a emissão de óxido nitroso (N2O), um dos gases de efeito estufa (GEE), é pelo menos 50% menor do que tem sido estimado com base no modelo do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês). Os dados medidos pela Embrapa já foram incorporados ao inventário nacional e significam uma redução nas estimativas de emissões totais de GEE da agropecuária brasileira na ordem de 10%.
O pesquisador Bruno Alves explica que devido ao tamanho do rebanho bovino nacional, em torno de 200 milhões de cabeças, as excretas (urina e fezes) representam a maior parte das emissões de óxido nitroso do inventário nacional da agropecuária.
A metodologia do IPCC, aplicada na elaboração de inventários nacionais, além de utilizar dados genéricos para todas as regiões do mundo, considera que as emissões de excretas depositadas nas pastagens ocorrem de maneira igual, independentemente de serem fezes ou urina. A pesquisa da Embrapa mostra que as fezes bovinas têm um fator de emissão muito menor e por isso não dá para ser utilizado o mesmo índice estabelecido para urina.
Além disso, no Cerrado, onde o estudo foi feito, existe uma época seca, que dura cerca de cinco meses por ano. Nessa época, as emissões das excretas são muito baixas e até próximas de zero, de acordo com o estudo. Bruno esclarece que os fatores de emissão do IPCC servem para todo o período de doze meses.
Nos cálculos, consideram-se as emissões das excretas em cada período do ano para se obter um fator de emissão anual. O estudo da Embrapa concluiu que o fator deveria ser 0,7%, bem menor daquele existente na metodologia do IPCC que estima que 2% do nitrogênio depositado no solo como excreta vira N2O e vai para a atmosfera.
Outro estudo da Embrapa Agrobiologia, ainda inédito, revela que as emissões de gases de efeito-estufa pela pecuária podem cair com o aumento da produtividade da pastagem, e o uso de leguminosas forrageiras em consórcio com a braquiária seria uma opção com amplo efeito e menos emissões.
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