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Pesquisadores da UEL identificam novo vírus que afeta suínos

Publicado em 13/05/2015

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            para ampliarNovo marcador molecular para identificação do vírus da DVIS foi desenvolvido por pesquisadores da UEL. Método será utilizado para diagnóstico diferencial em suspeitas de Febre Aftosa (Foto: AEN)
Já há algum tempo, ocorrências do que parecia ser uma doença vesicular estava deixando técnicos e pesquisadores da suinocultura de cabelo em pé. Casos registrados, inclusive neste ano, no Paraná e em outros estados não tinham um diagnóstico preciso e estava causando prejuízos no campo, sendo considerada idiopática (etiologia desconhecida). O alerta tem foco, principalmente, no fato que os sinais clínicos lembram a febre aftosa, doença mais preocupante em saúde animal em todo o mundo. Por isso, a defesa sanitária oficial estava atenta, inclusive foram feitas avaliações pelos Lanagros (Laboratórios Nacionais Agropecuários).
 
A resposta veio do Laboratório de Virologia Animal (LabVir), do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que identificaram o vírus Seneca Valley Vírus, ou Senecavírus A, causador da Doença Vesicular Idiopática Suína (DVIS). Até este ano, a identificação do vírus só havia ocorrido nos Estados Unidos. 

Em tempo recorde – apenas 23 dias – o grupo de pesquisa da UEL conseguiu, utilizando métodos moleculares, esclarecer a causa da doença “misteriosa” que prejudica rebanhos de suínos em estados brasileiros. 

“Fizemos a análise do genoma já descrito do vírus e partir daí desenhamos um estudo molecular, com o objetivo de fazer a pesquisa desse vírus em animais que apresentavam a sintomatologia. Conseguimos definir um novo marcador de identificação do vírus em reações moleculares. Esse marcador é o ineditismo da pesquisa”, explica a doutoranda do Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da UEL, a médica veterinária Raquel de Arruda Leme.

Segundo Raquel, diante do resultado inédito, a expectativa, agora é fazer os estudos epidemiológicos da doença, ou seja, pesquisar a forma que o vírus chegou ao Brasil e, principalmente, os fatores de risco acerca da disseminação nos rebanhos brasileiros. 

Ela acrescenta que as doenças vesiculares são de notificação obrigatória, conforme estabelece a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que é responsável pela definição das recomendações sanitárias para todos os países. 

“É obrigatória a comunicação junto às autoridades sanitárias locais e nacionais o aparecimento de doenças vesiculares. A tendência é que este vírus passe a compor a lista de agentes virais a serem pesquisados nos diagnósticos diferenciais, principalmente em suspeitas de Febre Aftosa”, alerta.

De acordo com o Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da UEL, professor Amauri Alfieri, orientador da pesquisa, o sistema molecular de diagnóstico desenvolvido no Laboratório de Virologia coloca a Universidade em evidência no cenário nacional. De acordo com ele, a aplicação do diagnóstico eficaz e rápido na identificação do vírus também mostra todo o potencial tecnológico da rede de laboratórios brasileiros no setor de saúde animal. 

Com informações de AEN e Jornal O Presente Rural.

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