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Fim da vacinação contra aftosa não garante novos negócios ao PR

Publicado em 04/11/2014

Estado precisa aumentar o plantel de bovinos para atrair frigoríficos que possam atender a demanda internacional.
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            para ampliarParaná precisa aumentar o plantel de bovinos para atrair frigoríficos que possam atender a demanda internacional. (Foto: Carlos Guimarães Filho)

A pretensão do Paraná em abdicar das vacinações obrigatórias contra aftosa a partir de 2016 não é garantia de crescimento das exportações de carne. De acordo com entidades do setor, o status de ‘área livre da aftosa sem vacinação’ é apenas uma das etapas para a abertura de novos mercados. Além disso, o estado precisa aumentar o plantel, principalmente de bovinos, e reconquistar a confiança dos frigoríficos.

“Hoje o Paraná não tem estrutura para alavancar as exportações, pois não tem plantel e, consequentemente, não tem indústrias de abate no estado. É preciso um planejamento no longo prazo”, afirma Péricles Salazar, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Paraná (Sindicarnes).

Ainda de acordo com o executivo, o setor de carne bovina terá ganho com o fim da vacinação dentro de 10 anos, caso um planejamento para alcançar 15 milhões de cabeças começasse imediatamente. Hoje, o plantel estadual de bovinos é de aproximadamente 7,5 milhões de cabeças.

Para o secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o principal desafio é colocar o selo “sem vacinação” no Paraná para que a carne local desperte interesse de novos compradores, como Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, que pagam mais pelo produto. Posteriormente, desenvolver novos processos na criação de gado, como a redução do tempo de abate.

“Hoje somos um produtor mediano de carne. Precisamos ter a ousadia de mexer na forma de fazer boi no estado. Não é preciso necessariamente aumentar o rebanho, basta reduzir o tempo de abate para 24 ou 30 meses [hoje os animais são abatido, na média, de 48 meses]”, aponta Ortigara.

As exportações de carne bovina do Paraná devem fechar 2014 acima das 38 mil toneladas, marca não alcançada desde 2005, quando o estado sofreu uma série de restrições comerciais após a confirmação de focos da febre aftosa. O principal motivo é a reabertura do mercado da Rússia.

No caso do segmento de suínos, o reflexo da extinção da vacina nos negócios seria praticamente imediato, pois em seis meses é possível aumentar a oferta. Hoje o Paraná tem um plantel de 4 milhões de cabeças, sendo necessário aumentar 50%, segundo Salazar.

Sem vacinação
Durante o lançamento da segunda etapa da companha contra aftosa, realizado dia 30 de outubro, que pretende imunizar 9,4 milhões de cabeça, entre bovinos e búfalos, entre os dias 1 e 30 de novembro, representantes do governo, entidades ligadas aos produtores rurais e pecuaristas e indústrias da carne discutiram a possibilidade do estado deixar de proteger seu plantel por meio de vacinações obrigatórias em 2016. Assim, as duas fases da campanha de vacinação 2015, uma no primeiro semestre e outra no segundo, estão mantidas

Para o fim do uso da vacina contra aftosa, questões estratégicas como o controle eficaz do trânsito de animais, dados cadastrais das explorações pecuárias e o aumento efetivo na vigilância serão prioridades da Secretaria Estadual de Agricultura e do Abastecimento (Seab) ao longo do próximo ano.

Caso os desafios sejam cumpridos e exista consenso entre todos os elos da cadeia produtiva, o governo estadual irá encaminhar a documentação necessária para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) no início de 2015.

 

Importância para Indústria Paranaense

A visão da industria do Paraná como articuladora de competências em biotecnologia para a biosseguridade coloca em relevo a capacidade de identificar e mobilizar todas as competências biotecnológicas necessárias para garantir a biosseguridade da indústria animal paranaense. Esta visão é abordada no trabalho da "Articulação das Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense", fruto do projeto Rotas Estratégicas, realizado em 2005, e tem como pressuposto que a biotecnologia é uma ferramenta fundamental para a biosseguridade animal.

 

Fonte: Gazeta do Povo

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