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Produção de abelhas in vitro abre novo horizonte para polinização em lavouras

Publicado em 30/09/2014

O objetivo é atender a demanda agrícola por colônias em larga escala.

Pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Cristiano Menezes estuda o desempenho de abelhas sem ferrão na polinização de diversas culturas. No final do ano passado, ele publicou artigo sobre o tema na revista francesa Apidologie. A pesquisa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), atesta a viabilidade de produzir em escala abelhas-rainha da espécie mandaguari. Essa abelha possui tamanho reduzido, é nativa do Brasil e não apresenta ferrão.

A metologia do pesquisador e seus apoiadores para multiplicar as rainhas consistiu em aumentar em seis vezes a quantidade de alimento ingerido por algumas larvas fêmeas de abelhas recém-nascidas. Ao todo, estima-se que 97,9% das abelhas rainhas produzidas dessa maneira foram capazes de pôr ovos e formar colônias in vitro. O objetivo dos pesquisadores é facilitar a produção de colmeias e permitir aos agricultores aumentar a eficiência da polinização em suas lavouras.

A Scaptotrigona depilis, nome científico do inseto, tem raio de voo de aproximadamente 900 metros, o que é uma vantagem em relação às abelhas com ferrão. O raio de voo destas últimas é de 2,5 km. Segundo Cristiano, por transitarem em um raio menor, as abelhas mandaguari aumentam a chance de polinização nas culturas-alvo. "Isso significa que se o agricultor colocar as colmeias de mandaguari no entorno do seu terreno de plantio, a probabilidade de que as abelhas voem para longe, polinizando outras plantas, é menor."

De acordo com Cristiano, a iniciativa abre espaço para incrementar a qualidade da produção de alimentos. "As abelhas têm papel fundamental no desenvolvimento agrícola e impactam diretamente na formação de frutos como o morango", afirma.

 

clique para ampliar>clique para ampliarSegundo Cristiano Menezes, a deformação do morango se dá pela falta de polinização. (Foto: Marina Salles/ Ed. Globo)

O pesquisador conta que muitos produtores atribuem à deformação dos frutos a ação de pragas. "Por isso, o reflexo mais comum é aumentar a aplicação de agrotóxicos. Mas, na verdade, o que acontece é que o morango, por exemplo, precisa receber, em média, 20 visitas de agentes polinizadores para se desenvolver normalmente e, hoje, faltam abelhas para suprir essa demanda no campo."

Para contribuir com melhorias no ramo, Cristiano começou a trabalhar (como profissional da Embrapa) em uma empresa de controle biológico de pragas que atacam lavouras de frutas e hortaliças. Junto à PROMIP, empresa sediada em Engenheiro Coelho (SP), ele espera produzir, para aluguel e comercilalização, pelo menos cinco mil colmeias por ano.

Fonte: Globo Rural

 

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