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Publicado em 04/09/2014
O III Congresso Brasileiro de Bioética e Bem-estar Animal é o principal evento científico da América Latina na área de bem-estar animal. Os objetivos do evento são: a atualização, a orientação e a definição de atividades científicas relacionadas à bioética e ao bem-estar animal no Brasil, de forma a atender à demanda global por uma relação ética entre seres humanos e animais. O Congresso Brasileiro de Bioética e Bem-estar Animal foi organizado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e ocorreu entre os dias 5 e 7 de agosto de 2014. Participaram do evento quase 700 pessoas vindas à capital do Paraná de todas as cincos regiões do país. Dessas 43% eram estudantes. O evento contou com a presença de 17 palestrantes nacionais e 11 internacionais, provenientes de importantes universidades e centros de pesquisa em nível nacional e mundial.
Carla Forte Molento da Comissão de Ética e Bem-estar Animal (CEBEA) do CFMV e docente da UFPR perguntou aos presentes o que motivou a participação e a realização do evento? A resposta é unânime por todos: "os animais". “Temos aqui um ambiente bastante diversificado e rico para discutirmos o tema do bem-estar animal, área necessária para o desenvolvimento do Brasil. Espero que todas as 688 pessoas inscritas tenham voz e possam interagir nestes três dias de Congresso”, disse Carla Molento, presidente da comissão organizadora e integrante da Comissão de Bioética e Bem-estar Animal, do CFMV.
Eliel de Freitas, presidente do CRMV-PR, citou “que os profissionais da medicina veterinária e zootecnia são cobrados pela sociedade por ações que garantam o bem-estar dos animais de produção e companhia, e, nesse contexto, se insere o congresso”.
A programação abordou palestras sobre consciência dos animais, perspectivas e atualidades relacionadas ao bem-estar de animais de produção, questões relacionadas a avaliação da dor e do sofrimento animal, bem-estar de animais de laboratório, bem-estar de animais silvestres, desafios éticos do bem-estar animal nos avanços biotecnológicos e bioética e bem-estar como requisitos indispensáveis na formação do médico veterinário e do zootecnista.
Adroaldo José Zanella, professor e pesquisador da Universidade de São Paulo, esclareceu que um dos desafios do bem-estar de animais de produção é o desenvolvimento de protocolos científicos e centros de estudos comparativos de bem-estar animal. E ressaltou que é necessária uma efetiva participação dos produtores para se garantir o bem-estar na produção animal.
O tema bem-estar de animais de produção é de grande importância para a indústria animal, por ser exigência dos consumidores. Pela importância do tema, foi criada, em 2008, a Comissão Técnica Permanente de Bem-Estar Animal – CTBEA no MAPA. “ O Brasil tem competência para liderar os modelos de produção, para isso, a indústria deve trabalhar gradativamente com os produtores na implementação da mudança”, afirmou Mateus Paranhos, docente da UNESP, palestrante da e participante da mesa redonda do evento.
A utilização de animais transgênicos na biomedicina e na produção animal foi tema da palestra de Vicente José Figueirêdo de Freitas, professor da Universidade Estadual do Ceará. “A produção de animais transgênicos é seguro do ponto biológico, mas levanta questões sobre bioética e bem-estar animal”, afirmou. E questionou se é aceitável modificarmos os animais geneticamente. Segundo ele, há duas respostas contraditórias: há um limite ético para nós humanos modificarmos animais e que, enquanto os animais não sofrerem redução do bem-estar, não há limitação.
Humberto de Mello Brandrão, do Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite (CNPGL) da Embrapa, palestrou sobre “Aplicação da nanotecnologia na pecuária e suas implicações no bem-estar animal” e afirmou que “não há futuro da medicina humana ou animal sem nanotecnologia”. A nanotecnologia promete desenvolvimento de biosensores, liberação controlada de princípios ativos por nanopartículas, redução da toxicidade do medicamento, novas vias de aplicação e adjuvantes, redução da concentração do princípio ativo, e aumenta a eficácia dos medicamentos pela maior estabilidade do fármaco, por aumentar a concentração no local de ação, aumentar a velocidade de distribuição e proporcionar liberação controlada.
A equipe técnica dos Observatórios participou de todo o evento produzindo cobertura técnico científica a fim de garantir o monitoramento de ações de futuro estruturantes e presentes no Roadmapping da Biotecnologia aplicada à indústria animal.
Mais informações sobre o evento no site do CRMV-PR e CFMV
Fonte: Observatórios SESI/SENAI/IEL
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