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Publicado em 03/09/2014
Um dos maiores desafios da pesquisa genética da atualidade é o armazenamento de uma quantidade enorme e crescente de dados. A catalogação das coleções de material genético e dos dados genômicos de animais é geralmente executada pela instituição que os gerou, criando bancos individuais que não conversam entre si. Para garantir a unificação, a uniformização e o intercâmbio dessas informações e aperfeiçoar as pesquisas e a preservação, Brasil, Canadá e Estados Unidos articulam a adoção de um sistema único de dados para conservação de seus recursos genéticos animais.
Batizado de "Alelo Animal" no Brasil, o sistema "Animal-Grin" foi concebido por meio de parceria entre a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, o Agricultural Research Service do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ARS/USDA) e o Agricultureand Agri-food (AAFC), do Canadá. O sistema foi adaptado para a realidade brasileira, de forma a permitir que o Alelo Animal armazene dados dos animais vivos mantidos em núcleos de conservação. Ele guardará, dentre outras informações, o catálogo dos bancos de sêmen, embriões e DNA dos três países além de dados genômicos associados aos animais.
Informações genômicas em segurança
Outra inovação do Alelo Animal é o armazenamento de informações genômicas. Trata-se de dados sobre marcadores moleculares de interesse pecuário, como genes relacionados à conversão alimentar ou resistência a doenças de um determinado animal, por exemplo. Essas informações são guardadas por instituições de pesquisa, empresas privadas ou mesmo associações de produtores que as armazenam localmente.
Eduardo Cajueiro, analista de tecnologia da informação da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, conta que o sistema será um grande passo para a gestão de dados de genética animal e vai colaborar para a atualização constante das informações. "Dentro do Alelo Animal temos um módulo de importação e exportação de dados que nos avisará todas as vezes em que forem feitas alterações significativas por um dos nossos parceiros nos Estados Unidos ou Canadá. O sistema será atualizado no mínimo a cada seis meses", aponta o especialista ressaltando que é a primeira vez o Brasil concebe um sistema de informações unificado em recursos genéticos da área animal.
Harvey Blackburn, diretor do Centro Nacional de Preservação de Recursos Genéticos (NCGRP) do ARS/USDA em Fort Collins, no estado norte-americano do Colorado elogiou a parceria com a Embrapa. "Com mais de 70 mil doses de sêmen, cerca de 450 embriões e aproximadamente 12 mil amostras de DNA, a preservação de recursos genéticos da Embrapa é muito significativa o que gera um rico intercâmbio. O Brasil guarda inúmeras espécies que os Estados Unidos não têm e vice-versa", declarou o norte-americano. Para ele, é possível que o mundo compartilhe no futuro um sistema global de organização de recursos genéticos. "Estamos começando a fazer a ligação dos recursos genéticos do mundo ocidental", declarou Blackburn.
A previsão, de acordo com Paiva, é que o acordo com os Estados Unidos seja assinado até o fim deste ano e depois as negociações seguirão com o Canadá para outra assinatura. "Também estamos dialogando com Argentina, Colômbia, México e Uruguai que se mostraram interessados em utilizar o mesmo software. Poderemos ter um sistema de informações genéticas para todo o continente americano", acredita o pesquisador da Embrapa.
Importância para a Indústria Animal Paranaense
A indústria animal paranaense, segundo o trabalho das Rota Estratégica para o Futuro da Indústria Paranaense – Roadmapping da Biotecnologia Aplicada à Indústria Animal , publicado em 2005, na visão 2, que trata de Melhoramento Genético Animal - "Paraná Referência em Genética e Melhoramento Animal", vislumbra a genética e melhoramento animal como setores de desenvolvimento que podem ser potencializados pela biotecnologia, contribuindo para melhoria dos índices de produtividade das criações, de lucratividade para o produtor rural e de qualidade do produto final para o consumidor.
Fonte: Com informações de Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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