Blog

Observatórios

Acompanhe nas redes sociais:
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube

Avanços da avicultura na área de nutrição

Publicado em 24/07/2014

A produção avícola é uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento do Brasil por consumir grande parte dos ingredientes produzidos e transformá-los em proteína animal (carne e ovos) com melhor valor agregado. A avicultura do país cresceu em volume e principalmente em parâmetros de produtividade nos últimos anos, ocupando a terceira colocação como produtor mundial e maior exportador.


A grande dificuldade enfrentada pelos avicultores é com a alimentação, que representa aproximadamente 70% dos custos da produção. No Brasil as rações para avicultura são tradicionalmente formuladas com milho e farelo de soja. Estes ingredientes são negociados em bolsas de mercadorias e qualquer oscilação de oferta ou demanda destas commodities acarreta na oscilação dos preços, o qual é repassado para o valor da carne e ovos, e refletido no custo da cesta básica. O setor avícola não tem como absorver toda oscilação, pois a margem de lucratividade é estreita.


A nutrição é responsável pelo maior custo individual do segmento e interfere também na qualidade do produto final a ser oferecido ao mercado, na quantidade e qualidade do resíduo gerado. O grande desafio das empresas é referente à formulação de rações visando principalmente o ganho de peso e conversão alimentar, isto é, melhor conversão da quantidade de ração consumida em carne e ovos. Com a melhora da conversão alimentar é possível preservar o meio ambiente através da otimização da utilização de grãos.


Para garantir o desenvolvimento do setor, os produtores precisam planejar e administrar suas operações de forma segura. Uma das possibilidades para diminuir os custos é a utilização de ingredientes alternativos, que podem substituir parcialmente e, em alguns casos de forma integral, as fontes tradicionais de energia e proteína. O sorgo é um exemplo, mas é necessária uma avaliação criteriosa para não acarretar em baixo resultado zootécnico.


Uma técnica que tem se tornado cada vez mais tradicional é a formulação de dietas para aves com base no conceito de proteína ideal e em aminoácidos digestíveis. A principal vantagem deste processo é que as dietas são formuladas com maior precisão por serem atribuídos valores de digestibilidade para cada aminoácido dos ingredientes, e com isto os níveis empregados são próximos aos que os animais necessitam.


A indústria animal tem pesquisado novos conceitos nutricionais para a avicultura: utilização de aditivos como probióticos, prebióticos, minerais orgânicos, enzimas (fitase, carboidrases, proteases, xilanases, amilases), ácidos orgânicos e antioxidantes. Recentemente, produtos como probióticos e prebióticos começaram a ganhar destaque por serem alimentos funcionais, possibilitando a redução de doenças e por propiciarem melhor qualidade intestinal e saúde animal. O uso de enzimas exógenas na alimentação de aves reduz os fatores antinutricionais dos alimentos; aumenta a digestibilidade de amidos, proteínas e minerais; quebra ligações específicas que indisponibilizam os nutrientes e reduz a variabilidade do valor nutritivo entre alimentos melhorando a eficiência das formulações. Os alimentos funcionais podem ser definidos como produtos alimentícios, que além de conter os nutrientes básicos essenciais possuem a condição específica para beneficiar o hospedeiro através de melhorias na saúde.

Durante a fase pré-inicial, as aves têm a anatomia e a fisiologia do aparelho digestivo diferenciado e apresentam um rápido potencial de crescimento e as necessidades nutricionais são específicas em função da dificuldade em digerir e absorver certos nutrientes. Na formulação de uma ração pré-inicial temos que considerar alguns aspectos como: exigência nutricional, tipo e qualidade dos ingredientes. É fundamental um rígido controle de qualidade para maximizar a capacidade digestivo-absortiva. Logo após o nascimento, os pintinhos têm dificuldade de consumir ração na forma farelada e preferem ração com um diâmetro levemente inferior ao tamanho de sua glote e as rações minipeletizadas e/ou trituradas proporcionam melhores resultados por apresentarem um tamanho de partícula apropriada à ingestão.


O investimento nutricional feito nesta fase acaba sendo convertido em melhor resultado zootécnico e lucratividade. É importante frisar que os níveis nutricionais, a escolha dos ingredientes, o controle de qualidade das matérias-primas utilizadas, o processamento e a tecnologia de fabricação são fatores fundamentais para o sucesso da nutrição pré-inicial.
Nas demais fases (crescimento, engorda e abate) é importante avaliar se o desempenho das aves está adequado através do monitoramento do peso, isenção de doenças e conversão alimentar. Já na dieta para poedeiras, o nível de energia da dieta é considerado o ponto de partida na formulação destas rações. Na avicultura a proteína e a energia são os fatores mais caros no custo de produção, sendo determinantes na produção de ovos. Com o aumento da ingestão de energia há um incremento na produção de ovos. É indispensável a atenção na relação entre cálcio e o fósforo para se ter um bom desenvolvimento ósseo, produção de ovos e para o nível de sódio na dieta, pois este interfere diretamente no metabolismo de absorção dos nutrientes.


A constante evolução genética das aves associadas às técnicas de manejo, nutrição, ambiência, controle de enfermidades, automação de equipamentos e principalmente os avanços na nutrição são fatores que possibilitaram a grande evolução da avicultura. Um ponto importante a ser frisado, é que nunca houve a utilização de hormônios. O alto desempenho das aves é resultado da combinação de inúmeras pesquisas nas áreas de nutrição, manejo, ambiência, sanidade e profissionalismo de todo o segmento.

*João Carlos de Angelo– zootecnista e gerente Técnico/ Negócios de Aves e Suínos da Guabi

 Fonte: Avicultura Industrial

 

Deixe seu coment�rio

Site Seu blog ou p�gina pessoal


1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a pr�tica do debate respons�vel. S�o abertos a todo tipo de opini�o. Mas n�o aceitam ofensas. Ser�o deletados coment�rios contendo insulto, difama��o ou manifesta��es de �dio e preconceito;
2. S�o um espa�o para troca de id�ias, e todo leitor deve se sentir � vontade para expressar a sua. N�o ser�o tolerados ataques pessoais, amea�as, exposi��o da privacidade alheia, persegui��es (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus coment�rios e pelo impacto por ele causado; informa��es equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
4. Defendemos discuss�es transparentes, mas os sites do Sistema Fiep n�o se disp�em a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza. e
5. Dos leitores, n�o se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam diverg�ncias, que acreditamos pr�prias de qualquer debate de id�ias.

 Aceito receber comunica��o da Fiep e seus parceiros por e-mail
 
Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - 80215-090
Fone: 41 3271 7900
Fax: 41 3271 7647
observatorios@fiepr.org.br
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube