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Integração de centros de pesquisa e setor produtivo desafia a produção de proteína animal no Paraná

Publicado em 22/07/2014

Confira a entrevista dos Observatórios SESI/SENAI/IEL sobre Sanidade Animal no Paraná
clique para ampliar>clique para ampliarEm reunião de grupo de trabalho em agosto de 2013, a sócia diretora da Dall Soluções Analíticas e Empresariais, Laerte Dall’Agnol, apresenta os pontos críticos para a implantação da ISO 17.025. (Foto: Observatórios SESI/SENAI/IEL)

A produção de proteína animal no Paraná é tida como referência no mercado brasileiro. No entanto, existem desafios a serem superados pela indústria. Tais desafios foram mote do "Encontro da Articulação da Rota Estratégica do Setor de Biotecnologia Animal – Incremento na Sanidade Animal", realizado no dia 07 de julho em Curitiba (PR). De acordo com Andreia Molardi Bainy, pesquisadora e médica veterinária Msc em Reprodução Animal, um grupo de trabalho discutiu soluções e estratégias em conjunto na área de Sanidade Animal, a fim de concretizar ações de futuro.

Andreia respondeu algumas questões de Avicultura Industrial e Suinocultura Industrial, com exclusividade, e exaltou a cadeia de proteína animal do Paraná, enumerando aspectos sanitários e desafios vigentes. Confira:

- A produção de proteína animal no Paraná é destaque no Brasil, tanto em números, como em qualidade. A que fatores podemos atribuir tamanho sucesso?

Podemos atribuir tais fatores ao status sanitário da produção e indústria avícola, suinícola e bovina no estado, além disso, aos investimos em melhoramento genético, principalmente nos rebanhos de suínos, e à importância e tradição da pecuária na agricultura familiar para agregação de renda. Somente no setor avícola, são 42 agroindústrias, entre abatedouros e incubatórios, envolvendo perto de 20 mil avicultores (dados do Sindiavipar, 2014).

- Atualmente, quais os principais desafios da indústria de produção de proteína animal do Paraná?

A pesquisa de prospecção realizada em 2007 pelo SESI e SENAI-PR “Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense – Roadmapping da Biotecnologica aplicada à Indústria Animal” contou com um painel de especialistas que elaboraram e validaram um conjunto de quatro visões que compõem o cenário desejado para uma indústria paranaense empreendedora e referência em pesquisas aplicadas à indústria animal. Para cada uma das quatro visões foram identificados desafios a serem vencidos, fatores críticos de sucesso e ações a serem implementadas. Considerado a sanidade animal, os principais desafios da indústria de proteína animal identificados pelos especialistas foram a necessidade de integração de centros de pesquisa e o setor produtivo, a priorização da política em ciência e tecnologia, o planejamento estratégico de longo prazo para a indústria animal e a captação de recursos financeiros para geração e transferência de tecnologia.

- No "Encontro da Articulação da Rota Estratégica do Setor de Biotecnologia Animal – Incremento na Sanidade Animal" foi discutido o projeto para melhorar a capacidade laboratorial em sanidade animal no Estado. Atualmente, quais são os gargalos enfrentados pelo Paraná no quesito Sanidade?

O grupo de trabalho do “Encontro da Articulação da Rota Estratégica do Setor de Biotecnologia Animal – Incremento na Sanidade Animal” discute soluções e estratégias em conjunto na área de Sanidade Animal, a fim de concretizar ações de futuro. Esse grupo de trabalho em particular está discutindo o projeto de auxílio à acreditação laboratorial em diagnóstico animal, além de levantamentos de cursos, eventos técnicos e programas de pós-graduação estratégicos para inovação e qualificação de mão-de-obra para as demandas da indústria e dos laboratórios. Já no âmbito do estado, está sendo discutido pelo Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), após o Paraná retomar a exportação de carne bovina para a Rússia em fevereiro, a possibilidade de tornar o estado reconhecido internacionalmente como área livre de febre aftosa, sem a necessidade de vacinação. Além disso, tem-se discutido o reconhecimento dos estados do Sul como livres de Peste Suína Clássica. Outro programa priorizado pelo governo do Paraná é a Erradicação de Brucelose e Tuberculose, que foi instituído no final de 2013 e entrou em vigor neste ano, visando a melhoria da qualidade do leite e, consequentemente, dos produtos lácteos. Os programas implementados pelo estado do Paraná no quesito Sanidade devem melhorar muito a situação sanitária do rebanho, apesar das dificuldades iniciais e de adequação industrial, devido aos maiores custos nas cooperativas com a assistência técnica aos produtores, no entanto, a longo prazo, a cadeia industrial deverá se beneficiar com essas mudanças.

- Na visão do Sistema FIEP, como é possível melhorar a capacidade laboratorial em sanidade animal no estado?

Os laboratórios públicos ou privados, que realizam ensaios laboratoriais para os programas e controles oficiais para serem credenciados pelo MAPA e integrarem a Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária devem possuir a acreditação na Norma ISO 17025 para realização de diagnóstico de doenças de controle oficial. Por isso, auxílios financeiros com juros acessíveis aos laboratórios de diagnóstico veterinário para que eles possam se adequar às exigências da legislação nacional é necessário. Muito dos laboratórios são pequenos e encontram dificuldades financeiras e técnicas na implantação da norma. Essa demanda foi levantada pelos laboratórios em uma dessas reuniões e, no final de 2013, foi proposto pelo grupo de trabalho “Incremento na Sanidade Animal” dos Observatórios SESI/SENAI/IEL, pertencentes ao sistema FIEP, o projeto “Acreditar”, que com o auxílio do Paraná Metrologia, Sebraetec e Tecpar, conseguiu para 8 laboratórios a acreditação na Norma ISO 17025. Projetos em conjunto como esse são importantes na melhoria dos laboratórios de diagnóstico animal no Paraná.

- Quais ações são planejadas pelo Sistema FIEP nos próximos meses em prol da produção de proteína para os próximos meses?

Estamos trabalhando atualmente com 5 grupos de trabalho: Incremento na sanidade animal, Paraná referência em Genética e Melhoramento genético, Genômica Animal, Valor Econômico dos Resíduos e Subprodutos de Origem Animal, e Indústria Animal Paranaense Competente e Inovadora em Nutrição Animal. Esses grupos discutem os assuntos mais importantes para a indústria animal em busca de soluções para o setor. Realizamos no primeiro semestre de 2014, o Evento Genômica Animal, a Rodada Biotecnológica Agroindustrial voltada para as Indústrias de Nutrição Animal e o projeto “Acreditar”, com o Paraná Metrologia, para auxílio na acreditação de laboratórios para diagnóstico animal. Para os próximos meses, devemos seguir discutindo esses projetos e o iniciar o planejamento do estudo prospectivo com os principais desafios para o a indústria animal paranaense para o horizonte 2015-2020.

Fonte: Redação Avicultura e Suinocultura Industrial

 

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