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Publicado em 16/06/2014
Depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecer que a resistência a antibióticos deixou de ser uma ameaça e se tornou uma realidade na saúde pública global, dois especialistas dizem que o problema exige uma resposta mundial na mesma escala que os esforços contra as mudanças climáticas.
Em um artigo publicado na revista Nature nesta quinta-feira, Mark Woolhouse, professor da Universidade de Edimburgo, na Escócia, e Jeremy Farrar, diretor da fundação Wellcome Trust, argumentam que tanto a resistência antimicrobiana quanto a mudança climática foram agravados pela atividade humana e que, nos dois casos, a ação de um país pode ter impacto global.
Eles alertam que a resistência aos antibióticos, causada pelo uso excessivo e incorreto desses medicamentos, está se espalhando em uma velocidade alarmante e que a resposta internacional tem sido fraca. Se nada for feito, infecções simples tratáveis há décadas e procedimentos cirúrgicos de rotina podem se tornar fatais.
Woolhouse e Farrar sugerem a criação de um órgão independente para supervisionar, reunir esforços e estabelecer metas baseadas em evidências para conter o problema e acelerar o desenvolvimento de novas terapias. Essa organização poderia trabalhar com governos e agências internacionais encarregadas de implementar suas recomendações.
"A OMS perdeu oportunidades de mostrar liderança (contra a resistência antimicrobiana). O resultado foi o surgimento de cepas de infecções de tuberculose, malária, pneumonia e gonorreia que resistem a todas as classes conhecidas de medicamentos", afirmou Jeremy Farrar.
Mark Woolhouse explicou que chegou a hora de tomar medidas concretas. "Nós precisamos de uma liderança independente e internacional antes que os enormes ganhos proporcionados desde a descoberta da penicilina por Alexander Fleming sejam perdidos para sempre", disse.
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Fonte: VEJA
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