e receba nosso informativo
Publicado em 22/05/2014
Três meses após retomar a exportação de carne bovina para
a Rússia, o Paraná estuda estratégias para ampliar suas exportações
e conquistar mercados mais exigentes a longo prazo. O tema foi discutido na 45ª reunião do Conselho Estadual de Sanidade Agropecuária (Conesa), nesta segunda-feira (19), em Curitiba.
O assunto central dos debates foi a possibilidade de tornar o Estado reconhecido internacionalmente
como área livre de febre aftosa, sem a necessidade de vacinação.
Atualmente,
o Paraná e outros 14 estados brasileiros – além do Distrito Federal e da região Centro-Sul do Pará
– são considerados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) áreas livres da
doença com a aplicação de vacina. “Seria importante conquistar um novo padrão de reconhecimento
internacional. É um desafio por ser um projeto de longo prazo, mas é preciso dar o primeiro passo”, avaliou
Norberto Ortigara, secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento e presidente do Conesa.
O secretário
explica que, de alto poder de difusão, o vírus da febre aftosa é a grande causa de embargos entre países.
“Aqueles que são livres da doença estabelecem fortes barreiras à entrada de animais susceptíveis
e seus produtos oriundos de regiões com aftosa, o que gera efeitos negativos sobre a pecuária e à economia
do País, com graves consequências sociais”, disse.
Ortigara complementa que o embate para a
transição para Estado livre de aftosa sem vacina se dá em função dos investimentos necessários
na ação. Se por um lado o Estado anularia os gastos com a aplicação da vacina, teria que investir
ainda mais na vigilância sanitária dos rebanhos paranaenses.
“O governo estadual tem se preparado
para essa mudança, começando pela criação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná
(Adapar), há dois anos, e com o reforço do quadro da agência, em 2014, com a contratação
de 200 novos profissionais por meio de concurso público”.
“O Paraná e o Brasil querem
e precisam evoluir para conquistar mercados mais exigentes. O custo para alcançar esta chancela de qualidade é
alto, mas estes países também pagam muito melhor por estes produtos”, disse Inácio Afonso Kroetz,
presidente da Adapar. Ele também explicou que o Paraná não pensa em traçar este caminho sozinho
e por isso busca trabalhar com outros estados para aprovar a eliminação da vacina.
LÁCTEOS E OUTROS PRODUTOS – Pensando em ampliar ainda mais as exportações
no futuro, o Paraná também visa intensificar outras ações de defesa agropecuária para comercializar
produtos lácteos, produtos vegetais e outros tipos de carne nestes grandes mercados internacionais.
Um dos
programas que contemplam esta categoria é o de Erradicação
de Brucelose e Tuberculose, que foi instituído no final de 2013 e entrou em vigor neste ano, visando a melhoria
da qualidade do leite e, consequentemente, dos produtos lácteos.
De acordo com as novas
normas, os produtores que não vacinarem seus animais contra a brucelose no período recomendado, com a vacina
B19, serão multados e terão a obrigatoriedade de comprovar a vacinação do rebanho com a vacina
alternativa RB51.
No caso da tuberculose, o Governo do Estado tem indenizado com recursos do Fundo de Equipamento
Agropecuário (Feapos) os produtores que têm animais sacrificados por terem contraído a doença.
“Desde que o programa de indenização entrou em vigor, o número de notificações de
casos de tuberculose aumentou no Estado. Apesar de este parecer um dado negativo, é o contrário. Antes, era
preciso fiscalizar as propriedades para saber se havia animais infectados com tuberculose. Hoje, se eles foram sacrificados,
o produtor nos procura para informar e receber a indenização”, explica Kroetz.
Assim, os produtores
terão de comprovar a ausência de tuberculose e brucelose de todo rebanho leiteiro para comercializar seus produtos.
Já aos laticínios cabe exigir os exames do rebanho leiteiro de seus fornecedores de leite in natura, não
podendo receber e comercializar o produto das propriedades que não comprovarem os exames de brucelose e tuberculose
e a vacinação contra a brucelose em seu plantel.
Fonte: Governo do Estado
Envie para um amigo