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Publicado em 30/04/2014
Qualidade foi a palavra de ordem no primeiro dia do XIII Congresso Brasil Rendering, promovido pelo Sincobesp (Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Subproduto de Origem Animal), em Campinas, São Paulo.
O evento reuniu representantes da categoria de todo o Brasil, da América Latina, de órgãos públicos de Meio Ambiente, de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Na abertura do evento, o presidente do Sindicato Gustavo Razzo ressaltou a possibilidade dos presentes desfrutarem em um único espaço de conhecimento, tecnologia e inovação. Pelo 13º ano consecutivo na presidência do Congresso, Razzo garantiu ser uma honra estar à frente do evento que cresce a cada ano.
O dia foi encerrado com o Painel de Meio Ambiente, que reuniu representantes da Cetesb-SP, Armando Brandini; da FEAM -MG, Ivana Carla Coelho; da FATMA-SC, Eduardo Miotello; FEPAM-RS, Vanessa Rodrigues e o representante da EMBRAPA, Luizinho Caroni. A mediação foi feita pela consultora do Sincobesp e presidente da Câmara Ambiental do Setor de Abate, Frigorífico e Graxaria, Renata Pires Castanho.
Brandini, da Cetesb, destacou o trabalho da Câmara Ambiental que tem por objetivo colocar lado a lado produtores e técnicos ambientais, na busca de soluções para os casos de poluição ambiental. Segundo ele, a experiência permitiu aos técnicos conhecerem melhor a atividade, enquanto os empresários melhoraram seus processos.
Estimulado pelos resultados, o grupo decidiu compartilhar essa experiência com outros Estados, daí a ideia de promover o painel no Congresso, explicou a mediadora. “O Sincobesp fez um trabalho interessante para mudar a imagem do setor perante o órgão ambiental. Eles não conheciam o que era uma graxaria moderna. E a principal conclusão desse trabalho foi que ficou claro que não adianta trabalhar só com um elo da cadeia”.
O representante de Santa Catarina, Eduardo Miotello, falou das características da região, com grande potencial para derivados de aves, e da situação do Órgão, que possui apenas seis fiscais para 48 municípios. Não existem experiências com Câmaras Setoriais, os técnicos fazem as fiscalizações, e existe uma dificuldade em conhecer todos os processos.
Em Minas Gerais, explicou Ivana Coelho, o último trabalho feito com abate foi em 2010. Foi constatados 400 abatedouros cadastrados, desses, metade estava irregular. 25 graxarias, apenas 9 regulares. “Percebemos empresas clandestinas e muita carência de informação”. Para suprir essa necessidade de informação ela explica que os técnicos passam por processos de capacitação para padronizar as cobranças de licenças. “É impossível avaliar o impacto ambiental sem conhecer o processo produtivo”.
No Rio Grande do Sul, Vanessa Rodrigues explicou que a Fepam está se reestruturando. Lá existem Câmaras Técnicas, mas não por setor e sim por aspecto ambiental. “Elas são gerais para a indústria, não para o setor”. Existe um trabalho com frigoríficos, mas, em princípio, para o tratamento de efluentes.
O representante da Embrapa, Luizinho Caron gostou da iniciativa da Cetesb. Ele disse que o Empresa participa de algumas Câmaras, para embasamento científico dos órgãos ambientais. “Podemos ajudar com modelos variados, de acordo com o potencial de cada região. O melhor resíduo é aquele que não é gerado. Não existe alternativa única, as condições dos pequenos e grandes produtores são diferentes, tudo isso tem que ser levado em consideração. Queremos o melhor para a sociedade”.
A mediadora Renata Castanho comentou que em muitos casos, os fiscais se abstém de informar os produtores sobre a legislação, daí a importância da Câmara que acaba sendo um local neutro para os dois lados. “Dá para discutir tecnologia, então o ponto positivo é esse, o empresário tem acesso a informação”.
A assessora jurídica do Sindicato, Valdirene Ap. Dal´mas da Rocha Paes explicou que a proposta do Sindicato, que é nacional, é levar a experiência da Câmara Setorial de São Paulo para outros estados. “Fizemos primeiro em São Paulo como projeto piloto, e estou muito satisfeita de ter a presença de vocês aqui. Nosso setor é forte, falta um pouco de envolvimento, mas começo ver uma luz”.
O presidente do Sindicato, Gustavo Razzo Neto aproveitou para conclamar o setor a participar da Câmara. “Fico triste quando vou à Câmara. Convidamos todo o setor e vai muito pouca gente. Estamos abrindo um espaço para diálogo e isso é muito importante. Queremos que o setor melhore no país inteiro”.
O segundo dia do Congresso Brasil Rendering teve início com as palestras da Haarslev e Dupps.O representante da Haarslev, Carlos Eduardo de Brito, falou sobre “Novas regras de Importação e Exportação”, e fez questão de ressaltar que é preciso ter mais rentabilidade no subproduto. Para tanto, é necessário entender a cadeia como um todo e focar em sustentabilidade. “Tem muita gente no mercado processando só por processar. O que temos que pensar é que precisamos vender uma gordura com qualidade e vender proteína. Esse é o caminho”.
O consultor do Sincobesp, Claudio Bellaver, tratou das “Inovações no processamento de resíduos agroindustriais”, segundo ele inovar é o melhor caminho para produzir com qualidade e responsabilidade.
A seguir teve início o painel com a WRO (Organização Mundial de Redering); ALAPRE (Associação Latinoamericana de Plantas de Rendimento); a ABRA (Associação Brasileira de Graxaria) e o SINCOBESP.
O representante da WRO, Manfred Gellner explicou o trabalho da Organização e ressaltou que o resíduo é um produto valioso e que deve ser valorizado. Para ele é importante contar com a participação de todos os países, inclusive o Brasil, para o desenvolvimento dessa indústria.
O vice-presidente da ABRA, Pedro Bittar ressaltou que muito há que ser feito e que as divergências são sadias para evoluir e melhorar a competitividade, e que a união das entidades é fundamental para exigir dos governos uma legislação própria. “Estamos juntos e lutando pela defesa desse setor”. Bittar ressaltou ainda que apoia todas as ações do Sincobesp e que o presidente Gustavo Razzo pode contar com o apoio incondicional da ABRA.
O representante da Alapre, Alexandre Ferreira, destacou a importância dos eventos internacionais, que permitem a troca de experiência entre os países. “Se formos para a Europa e os Estados Unidos, vamos perceber que alguns problemas não existem lá, mas existem na América Latina. Para isso existe a Alapre, para que a gente conheça, compartilhe e solucione os problemas”.
O presidente do Sincobesp afirmou que espera que esse relacionamento entre os países realmente sirva de aprendizado. Comentou que alguns argentinos presentes ficaram impressionados com a iniciativa desenvolvida com a Cetesb e esperam poder aplicar lá um trabalho semelhante. Ao final do painel, nasceu a proposta de um alinhamento entre as entidades, o que certamente deverá contribuir para a evolução da categoria.
Dando continuidade às palestras, o tema “Compostagem: uma nova opção sustentável de reciclagem” foi abordada por Erico Kunde Correia. Segundo ele, o mercado tem uma ordem de aproveitamento dessa reciclagem de produtos de origem animal, que é colocar de novo no cocho do animal. Já o material não tão nobre, que não é indicado para reciclagem, pode ter um destino que não o aterro sanitário, que além de caro é contra a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A compostagem vai facilitar a reciclagem desse material. “Vamos ter um intermediário, que é uma planta que vai absorver esses nutrientes e compor novamente o alimento do animal no futuro próximo”.
Osmar Sanches, da Lafis, discorreu sobre “Tendências e Perspectivas do mercado de Sebo e Gorduras Animais”. “Meu objetivo foi mostrar quanto o sebo vem se tornando uma alternativa viável, como biodiesel. Algo impensável há 5 anos e que hoje é uma realidade na produção de um insumo tão importante quanto o diesel”.
“Produção de Biodiesel a partir de gorduras animais”, foi o tema da palestra de Pedro Macedo, da Crown Iron USA. Segundo ele, o mais importante é ter uma preparação da matéria-prima para fazer uma boa reação e ter um biodiesel de qualidade.
Encerrando o dia de trabalho, o representante da Saria Management Board, Manfred Gellner, explicou a divisão dos subprodutos na Europa, que atendem 3 categorias, uma para queima (biogás), outra para compostagem e outra para ração animal.
Informações: com informações do Sincobesp
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