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Publicado em 13/01/2014
A inovação no Brasil está estagnada. De acordo com a última Pesquisa Industrial de Inovação Tecnológica (Pintec), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de indústrias que introduziram pelo menos um produto ou processo inovador caiu de 38,1% em 2008 para 35,6% em 2011. O resultado é reflexo da crise econômica que assolou o mundo inteiro dois anos antes, mas o excesso de burocracia para empreender e a falta de capilaridade dos investimentos e subvenções indicam que pouco mudou de lá para cá.
De acordo com empresários e especialistas do setor, a dificuldade começa quando um empreendedor tenta abrir uma startup (empresa tecnológica em estágio inicial), contratar funcionários e ter acesso a fundos públicos e privados de financiamento. “Este é um dos mais elementares motivos para o modesto índice de inovação registrado no Brasil”, afirma Carlos Eduardo Calmanovici, presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadores (Anpei).
Segundo ele, um dos exemplos que evidencia essa morosidade é o número de patentes aguardando análise no Instituto Nacional de Patentes Industriais (Inpi): 160 mil. “Além do mais, é muito difícil contratar o pesquisador sem que ele se desligue de uma universidade, onde leva sua pesquisa. Falta segurança jurídica”, explica.
Concentrado
A falta de capilaridade dos recursos é outro ponto que tem travado a inovação no país. No Paraná, por exemplo, apenas 442 empresas realizam projetos internos de pesquisa de desenvolvimento (P&D). “É muito pouco. É preciso expandir e garantir que a inovação chegue a mais empreendimentos”, afirma o gerente de inovação do Senai no Paraná, Filipe Cassapo.
No entanto, ele acredita que aos poucos os fundos de inovação estão capilarizando suas atuações, o que pode ter impacto positivo para os próximos anos. “Alguns programas específicos para regiões menos favorecidas foram criados nos últimos meses porque a concentração estava muito flagrante”, explica Cassapo. Um deles é o Tecnova, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que lançou em julho um projeto de subvenção de R$ 190 milhões em todo o Brasil, mas com recursos mínimos destinados para cada estado.
Regulamentação
Uma ação que eliminaria boa parte dos entraves burocráticos existentes hoje e, consequentemente, levaria
a inovação a um maior número de empresas é a regulamentação da Lei de Inovação.
Aprovada no Paraná na metade do ano, o texto ainda não define quais os métodos de subvenção
econômica e abatimento tributário para as empresas inovadoras. “É preciso reg
PR é estado com mais projetos aprovados em edital do Senai
A busca por fundos para projetos de inovação aumentou no Paraná. Como resultado, o estado foi o líder em projetos aprovados no edital Senai Sesi de Inovação. Dos 112 projetos selecionados, 21, ou 18,7%, são ideias de empreendedores paranaenses. Ao todo, são R$ 30,5 milhões para projetos desenvolvidos em parceria com o Senai (R$ 20 milhões) ou com o Sesi (R$ 7,5 milhões), e em bolsas de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (R$ 3 milhões), oferecidas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O aporte de recursos por projeto pode chegar até R$ 300 mil.
O programa é dirigido às empresas que desejam desenvolver e implementar um projeto inovador em produtos, processos, serviços ou tecnologias sociais. É o caso da curitibana Imunova, que realiza análises biológicas. “Com este recurso poderemos acelerar a execução de alguns projetos”, afirma um dos sócios da empresa, Max Ingberman. Eles desenvolveram um método mais eficaz de diagnóstico dos efeitos de vacinas em aves e suínos.
Informações de Gazeta do Povo.
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