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Publicado em 18/12/2013
Um dos eventos mais importantes ocorridos durante a conferência da Organização Mundial de Sanidade Animal (OIE) realizado em Foz do Iguaçu entre os dias 04 e 06 de dezembro, foi a entrega do relatório final do Programa de Compartimentação, aplicado em granjas e plantas do setor de avicultura. O documento foi entregue ao presidente da OIE, Bernard Vallat, na última quinta-feira (05) pelo presidente da Comissão Regional da OIE para as Américas, Guilherme Marques.
Segundo o ex-ministro da Agricultura e atual presidente executivo da União Brasileira da Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, trata-se de uma iniciativa pioneira em todo mundo que, por enquanto, está sendo desenvolvido apenas no Brasil e na Tailândia “Dois países que a OIE escolheu exatamente pela excelência e pelo cuidado que eles têm com a sanidade animal”, disse.
O Programa de Compartimentação foi criado pela OIE em 2006, mas só começou a ser desenvolvido em 2008. Em linhas gerais, trata-se de uma metodologia para sistema de produção baseada na análise de risco. Segundo o diretor de Produção da Ubabef, Ariel Mendes, entre 2005 e 2006, quando ocorreu o surto de gripe aviária em todo mundo, trabalhou-se com a ideia de regionalização por Estado. “No entanto, a OIE entende que a divisão por Estado não é a mais adequada, uma vez que as aves migratórias e silvestres, que são grandes elementos de difusão da doença, não respeitam fronteiras geográficas nem políticas”, afirmou.
Desta forma o Programa de Compartimentação, trata a empresa, com todos os seus segmentos, como um compartimento. “Assim, mesmo na eventualidade de um surto de influenza no Brasil, aquela planta pode continuar exportando porque tem uma garantia de que não vai entrar o vírus no compartimento. Isso porque foram identificados os fatores de risco, como material genético, ração, cama aviária, etc., e tudo isso é controlado” explica Mendes.
Programa de Compartimentação da Produção Avícola Brasileira
É uma das mais importantes ações focadas no fortalecimento sanitário da avicultura mundial dos últimos anos. A ação foi idealizada pela OIE, tendo no setor avícola brasileiro seu projeto piloto, sob coordenação do Ministério da Agricultura do Brasil e da UBABEF. O programa consiste na estruturação da produção em compartimentos, que mapeiam e isolam plantas e estruturas produtoras de granjas.
Com a divisão da produção em compartimentos da produção, a reação
a eventos epidemiológicos será mais rápida e de mais fácil controle, reduzindo os impactos econômicos
gerados e dando maior segurança sanitária à cadeia produtiva. Garante-se, assim, o status sanitário
da produção avícola nacional, evitando interrupções no comércio internacional do
setor avícola brasileiro.
Os estudos para a instalação do programa começaram
em 2008. Cinco unidades produtoras – uma da BRF (em MT), uma da Seara-JBS (em SC) e três da Cobb-Vantress
(em MS, SP e MG) - participaram da iniciativa, e hoje estão compartimentadas. Todas as adequações
propostas pelo programa foram auditadas por missões da própria OIE.
O documento passará, ainda, por uma validação final da OIE, o que deverá ocorrer nas próximas semanas.
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