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Publicado em 10/09/2013
Pelo menos 320 mil vírus ainda não foram catalogados pela ciência, sugere um estudo publicado na revista “mBio”. A partir de 1.897 amostras coletadas de morcegos, os cientistas viram 60 tipos diferentes de vírus, cuja maioria era totalmente nova. A partir desta base, os cientistas fizeram um cálculo para todos os mamíferos e chegaram ao número de vírus ainda não detectados.
Os pesquisadores dizem que identificá-los seria crucial para se manter a um passo a frente das doenças que poderiam se tornar uma ameaça para humanos. Este trabalho custaria, segundo estimativas do próprio estudo, em torno de US$ 6 bilhões e dez anos.
- Embora pareça uma despesa enorme, isto não é nada em comparação com o que se pode aprender para evitar um risco de pandemia. A ideia é desenvolver um sistema de alerta rápido - afirmou, em entrevista à BBC, o diretor do Centro de Infecção e Imunidade da Universidade de Colúmbia, dos Estados Unidos, Ian Lipkin.
- Obviamente não podemos analisar todo animal do planeta, mas podemos tentar fazer um mapeamento da melhor forma possível usando o conceito conhecido como hotspots. Vamos nas áreas, com base em experiências anteriores, onde há maior probabilidade de novos agentes infecciosos surgirem e representem uma ameça - acrescentou.
Quase 70% dos vírus que infectam humanos, tais como HIV, Ebola e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers), são originados de animais. Mas até agora a escala do problema tem sido difícil de avaliar pelos cientistas.
- Estamos falando de definir toda uma gama de diversidade de vírus dentro de mamíferos, e nossa intenção é que à medida que tenhamos mais informações, sejamos capazes de compreender os princípios que fundamentam os determinantes de risco - afirmou.
Para o estudo, pesquisadores dos Estados Unidos e Bangladesh analisaram espécies de morcegos conhecidos como raposa-voadora. Os animais carregam o vírus Nipah, que em humanos, pode ser letal.
- Os autores focaram em morcegos porque eles são uma fonte de diversos surtos de vírus em pessoas, mas é bom lembrar que estes animais têm estilos de vida que aumentam as chances de contrair vírus, como viver em grandes comunidades, se dispersar pelo mundo e voar longas distâncias - alertou o professor Jonathan Ball, da Universidade de Nottingham, no Reino Unido.
Um projeto parecido chamado “Predict” descobriu até agora 240 novos vírus em áreas do mundo onde pessoas e animais vivem em contato próximo.
Informações de O Globo.
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