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Publicado em 10/09/2013
Quando nascem, os bezerros ainda não contam com o pleno funcionamento do rúmen – o primeiro de quatro compartimentos que formam uma estrutura semelhante ao estômago nos ruminantes. O desenvolvimento do órgão depende da ingestão de alimentos sólidos, que são fermentados por bactérias e resultam em produtos finais absorvidos e metabolizados pela parede interna do rúmen.
Por esse motivo – e para reduzir os custos de se manter os bezerros em dieta líquida, o que diminui a quantidade de leite disponível para venda –, a dieta de bezerros em fase de aleitamento costuma ser complementada por concentrados à base de milho, alimento de alto valor energético, e por fontes de proteína, normalmente o farelo de soja. Mas pesquisadores do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), em Piracicaba (SP), têm buscado uma alternativa melhor para esse complemento alimentar.
“Procuramos alternativas que ajudem a diminuir o custo de produção e a regularizar o consumo alimentar pelos bezerros”, disse Carla Maris Machado Bittar, professora da Esalq/USP que conduziu um projeto de pesquisa sobre o assunto com apoio da FAPESP.
O primeiro objetivo de Bittar e sua equipe – achar substitutos economicamente interessantes, sem prejudicar o desenvolvimento e o desempenho futuro dos animais – já foi alcançado. “Estabelecemos taxas seguras para a substituição do milho por polpa cítrica (50% ou 100%), glicerina bruta (até 10%), melaço de cana (5% ou 10%) ou xarope de milho (5%)”, disse a pesquisadora.
As quatro alternativas são coprodutos industriais, gerados compulsoriamente a partir da fabricação de outros alimentos. Além disso, segundo Bittar, esses ingredientes têm potencial para colaborar com a saúde do rúmen. “A polpa cítrica contém pectina (carboidrato considerado fibra solúvel e totalmente utilizado por bactérias ruminais) e talvez ajude na diminuição da diarreia, principal causa de morte entre os bezerros com até 14 dias”, disse.
“Já o melaço melhora a palatabilidade dos concentrados e, depois de ser fermentado, produz ácido butírico, capaz de estimular o desenvolvimento ruminal. Estudos posteriores podem investigar essas e outras características dos coprodutos”, disse Bittar.
Um dos fatores que sugerem possíveis ganhos em animais adultos é o melhor desenvolvimento do rúmen, observado após a inclusão de polpa cítrica nos concentrados. Isso porque desenvolver o rúmen mais cedo pode resultar em maior consumo de alimentos, o que, por sua vez, colabora para uma produção mais eficiente no caso das vacas leiteiras.
Leia a notícia na íntegra aqui.
Informações de Fapesp.
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