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Publicado em 05/08/2013
O uso de beta-agonistas aprovados nos Estados Unidos para promoção do crescimento e rendimento de carne magra tem criado desafios no mercado global, como as atuais barreiras comerciais impostas pela Rússia.
Durante o evento Cattle Feeders Business Summit, organizado pela Merck Animal Health, em Denver, o nutricionista da Merck, David Yates, discorreu sobre algumas questões referentes a esses produtos, que os criadores de gado adicionam às rações dos animais durante os dias finais de terminação para melhorar o desempenho e o valor da carcaça.
Existem dois beta-agonistas aprovados para uso em bovinos nos Estados Unidos. O Optaflexx (ractopamina), que a Administração para Alimentos e Drogas (FDA) aprovou em 2003 e o Zilmax (cloridrato de zilpaterol), que obteve a aprovação em 2006. Os beta-agonistas foram usados na medicina humana por muito mais tempo, como bronco-dilatadores para tratamento de asma.
Outro beta-agonista, o clenbuterol, não está aprovado para uso em animais de produção nos Estados Unidos e às vezes causa certa confusão sobre outros produtos beta-agonistas. O clenbuterol é aprovado para uso como bronco-dilatador em cavalos, mas é usado às vezes de forma ilegal como promotor de crescimento em gado na Ásia e em outras partes do mundo. O produto estimula um crescimento dramático dos músculos e, em partes da Ásia, é conhecido como “pó de carne magra”. Entretanto, disse Yates, o clenbuterol se acumula nos tecidos animais e os resíduos na carne podem ser tóxicos para humanos.
O Zilmax e o Optaflexx, não se acumulam nos tecidos animais e mostraram em extensivos testes que são seguros nas doses usadas na produção animal. Yates disse que um ser humano precisaria consumir 3,75 toneladas de carne de animais que usaram Zilmax para ter uma dose similar à medicação humana de inalação para tratamento da asma – albuterol – para uma criança de quatro anos.
Yates disse que a proibição da Rússia dos produtos de carne bovina de animais que receberam beta-agonistas foi motivada principalmente por questões políticas, sendo uma barreira não tarifária visando proteger a indústria doméstica de carne suína do país.
Um dos desafios criados pela barreira da Rússia é que os cortes de um único animal tipicamente vão para vários mercados baseados na demanda e no valor. As companhias de carnes direcionam cortes de vários animais para esses mercados, ao invés de especificar práticas de produção de gado para um mercado específico. Uma exceção é a União Europeia (UE), que tipicamente importa carcaças inteiras para suprir seus requerimentos de carne produzida sem o uso de hormônios ou beta-agonistas.
A Merck tem feito uma estratégia de país em país para obter aprovação internacional
para a carne de animais que receberam Zilmax. Os países atualmente que permitem a tecnologia estão principalmente
na América do Norte e do Sul, e no Sul da África. Yates vê potencial para aprovação na Ásia
e na Austrália, mas é menos otimista sobre Europa e Rússia. A companhia também pediu a aprovação
global através da Codex Alimentarius Commission. O Brasil, por sua vez, está trabalhando para aprovar o uso
de beta-agonistas na pecuária de corte.
Fonte: Beef Point com informações da revista Drovers.
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