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Publicado em 19/11/2012
Variações genéticas raras encontradas em chineses não são as mesmas identificadas em italianos ou porto-riquenhos, por exemplo. A conclusão de que essas variantes tendem a estar restritas a determinadas regiões geográficas é de um estudo que analisou o genoma de 1.092 pessoas, representantes de 14 grupos populacionais vindos da Europa, África, Ásia e Américas.
Os resultados, que fazem parte da primeira fase do Projeto dos 1.000 Genomas, foram publicados na revista Nature. Para a geneticista Mayana Zatz, coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano (CEGH) da Universidade de São Paulo (USP), a importância de saber que as especificidades genéticas variam geograficamente pode levar a estratégias de prevenção e de tratamento voltadas exclusivamente para determinada população.
Mayana dá um exemplo da utilização desse conhecimento: existe um gene relacionado ao transporte da molécula serotonina. Na população brasileira, grande parte desses genes tem alelo longo, o que determina uma rapidez maior no transporte da serotonina. Já no Japão, ocorre o contrário: a maioria da população tem alelo curto. "Portanto, uma droga que atua no transporte de serotonina que for eficaz para brasileiros pode não ser tão boa para os japoneses", conclui a geneticista.
Atualmente, o Brasil realiza uma pesquisa semelhante. O Projeto 80 Mais, do CEGH, está recrutando pessoas saudáveis com mais de 80 anos para colher amostras de DNA. O objetivo é chegar a mil idosos. Para se candidatar, é só enviar um e-mail para 80mais@gmail.com. Segundo Mayana, o projeto vai contribuir com a interpretação dessas mutações. "Se identifico que a variante está presente em pessoas com mais de 80 anos saudáveis, posso saber que não está associada a doenças.
Informações de Agência Estado.
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