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Publicado em 15/01/2016
Todas as frutas e hortaliças que você consome foram geneticamente modificadas. Até mesmo as orgânicas. Não existe uma variedade que seja 100% original ou selvagem na natureza. E não tem absolutamente nada de errado com isso. Há pelo menos 12 mil anos, o homem intervém de alguma forma nas culturas agrícolas, separando as melhores plantas para o cruzamento e propagando espécies longe de seu habitat original.
“Ainda é isso que se faz hoje em dia: são escolhidas plantas macho e fêmea para provocar a polinização artificial numa estufa”, afirma Fernando Aranda, gerente de produtos da Seminis, marca de sementes de hortaliças da Monsanto.
Esse processo é chamado de domesticação das plantas, ou melhoramento genético convencional, e tem a finalidade de produzir sementes híbridas de alimentos que possuam certas qualidades atraentes para quem consome (como cor, forma e sabor) e também para o agricultor, interessado na produtividade e resistência da espécie a doenças.
Foi assim que surgiram os tomatinhos cereja e as melancias baby, com peso de 2 a 5 quilos. Também foi assim que cientistas conseguiram fazer com que os melões amarelos ficassem mais doces do que eram há 20 anos. Sem contar a durabilidade das hortaliças, que vem aumentando de maneira considerável.
O Brasil também participa do desenvolvimento da pesquisa de melhoramento genético convencional de cenoura. O ciclo de vida original da cenoura leva dois anos. “Conseguimos reduzi-lo para um ano e ainda geramos sementes muito resistentes a pragas”, diz Raphael Carneiro, que comanda um time de melhoristas de sementes em Minas Gerais.
A evolução dos alimentos
Durante milênios, o trabalho de seleção das espécies foi feito basicamente mediante observação, de forma muito lenta, sem base científica. Só em meados do século 19 a humanidade começou a ter uma compreensão dos mecanismos envolvidos neste processo, a partir das descobertas do monge Gregor Mendel (1822-1884), o inventor da genética enquanto ciência. Nascido na Silésia, atual República Tcheca, Mendel cruzou variedades de ervilhas e destrinchou as relações entre os genes recessivos e dominantes.
Hoje, um exercício curioso é comparar as espécies originais com os frutos que comemos. A banana, por exemplo, descende de uma variedade asiática com casca verde e grandes sementes em seu interior. Já a cenoura ficou laranja depois de agricultores holandeses cruzarem diversas variedades até obter um tipo da cor que simboliza a família real do país. Sua versão selvagem, encontrada há mais de mil anos na região do Afeganistão, era roxa, branca ou amarela.
Por sua vez, a polpa suculenta da melancia já foi bem diferente. Conforme se vê em pinturas de natureza-morta do século 17, naquele tempo a melancia era dividida em seis gomos. O sabor também mudou ao longo do tempo: antes, a melancia era mais amarga do que doce.
A história do milho
Talvez o melhoramento mais surpreendente seja o do milho. Vestígios arqueológicos do alimento encontrados em cavernas do México indicam que o seu cultivo data de pelo menos 7 mil anos atrás. Os achados permitiram verificar o parentesco do milho com o teosinto, que tinha o aspecto de um capim e apenas entre 5 e 10 grãos. Em comparação com esse “antepassado”, a espiga que comemos hoje é até mil vezes maior, mais fácil de descascar e ainda tem muito mais açúcar em sua composição.
Na América Central, onde o milho já era a base da alimentação cerca de 4 mil anos antes de Cristo, a espiga consumida tinha aproximadamente 5 centímetros. A partir do século 15, quando os europeus passaram a cultivar o grão, veio o boom de crescimento do milho – tanto em tamanho quanto em número de variedades, que atualmente passam de 200. “Milhares de anos de evolução induzida pelo homem operaram verdadeiros milagres”, diz, em tom brincalhão, o professor de Química James Kennedy, da Universidade de Haileybury, na Austrália, que reuniu esses dados.
Hoje, o melhoramento do milho também é feito por meio de pesquisas com organismos geneticamente modificados (OGMs) – desde a década de 80, as plantações têm sido bem-sucedidas com o uso de sementes transgênicas. A técnica diferencia-se da domesticação porque se caracteriza pela transferência de uma parte especifica do código genético entre espécies distintas, como a inclusão de parte do DNA de uma bactéria na planta.
Independentemente da técnica, uma coisa é certa: a evolução dá-se sempre pela modificação dos genomas.
Fonte: Projeto Draft
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