O que achou do novo blog?
e receba nosso informativo
Publicado em 29/01/2013
Com potencial para gerar, em 2021, volume de energia equivalente ao da hidrelétrica de Itaipu, o uso do bagaço da cana como fonte de energia está paralisado no país.
Após forte crescimento entre 2006 e 2008, a venda de energia de biomassa despencou a partir de 2009. No ano passado, nem 1 MW foi comercializado nos leilões do governo. O único movimento é a entrega da energia vendida em anos anteriores.
O potencial é subaproveitado. Em 2012, seria possível ofertar 5.000 MW médios com o bagaço de cana, segundo a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Mas apenas 26% do total (1.300 MW médios) foi entregue ao sistema.
A perda deve ser maior no futuro. Em 2021, o país terá potencial para gerar 10 mil MW médios com o bagaço da cana, mas serão vendidos só 2.000 MW, ou 20% do total.
Considerando também a palha da cana como biomassa, o potencial de geração sobe para 15 mil
MW médios, segundo a Unica, e o aproveitamento cai para 13%.
A projeção da EPE reflete a ausência
dessa fonte nos últimos leilões e a queda no nível dos investimentos.
Os desembolsos do BNDES para projetos de cogeração caíram 18% em 2012 em relação a 2011,
quando já haviam amargado queda de 41%.
Segundo o banco, o preço "pouco atrativo" da energia nos
leilões "esfriou" o interesse dos empresários.
Eólicas
Nos últimos
anos, o elevado ganho de competitividade da energia eólica -com a invasão de grupos estrangeiros,
a oferta de equipamentos a preços mais baixos e avanços tecnológicos- expulsou a biomassa dos leilões.
No último, em dezembro, 10 dos 12 projetos contratados eram de energia eólica, que ofereceram preço médio de R$ 87,94 por MWh (megawatt-hora) -imbatível para a biomassa. No último leilão em que essa fonte saiu vencedora, em 2011, o valor médio foi de R$ 103 o MWh.
A conjuntura do setor sucroalcooleiro também contribuiu para o abandono dos projetos de biomassa.
Segundo Luis Gustavo Correa, sócio da consultoria FG/Agro, nos últimos três anos os investimentos foram
destinados à recuperação dos canaviais, para aumentar a produção agrícola e
ocupar a capacidade ociosa da indústria.
Novo modelo
Para Zilmar de Souza, gerente de bioeletricidade da Unica, que representa as usinas, a saída é mudar as diretrizes dos leilões para que mais fontes, além do vento, retomem a competitividade.
Na opinião dele, as disputas devem ser segmentadas por fonte ou região.
Como 90% da oferta de cana está
no Sudeste e no Centro-Oeste (que respondem por 60% da demanda de energia no país), a biomassa seria mais
competitiva nessas regiões, pois eliminaria boa parte dos custos com a construção de linhas de transmissão
para levar a energia ao principal centro consumidor.
Publicado por Tatiana
Freitas, em 26/01/13
Fonte: Folha de S. Paulo
Envie para um amigo