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Publicado em 14/04/2016
O Brasil cultivou 44,2 milhões de hectares (ha) com culturas transgênicas em 2015, um crescimento de 5% em relação a 2014 ou o equivalente a dois milhões de ha. Nenhum outro país do mundo apresentou um crescimento tão expressivo. Com essa área, a agricultura brasileira está atrás apenas dos Estados Unidos (70,9 milhões de ha) no ranking mundial de adoção de biotecnologia agrícola. Em seguida, aparecem Argentina (24,5 mi/ha), Índia (11,6 mi/ha), Canadá (11,0 mi/ha) e China (3,7 mi/ha). Em todo o mundo, 28 países plantaram 179,7 milhões de hectares com variedades geneticamente modificadas (GM). As informações são do relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), divulgado mundialmente no dia 13/04/2016. De acordo com o fundador e diretor emérito do ISAAA, Clive James, cada vez mais agricultores estão plantando transgênicos porque eles são uma tecnologia rigorosamente testada e cuja eficácia já foi comprovada.
No Brasil, a intensa adoção dessa tecnologia no campo reflete a confiança que os produtores depositam nela. Na outra ponta da cadeia, em 2015, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) também aprovou um número recorde de novos produtos aplicáveis à agricultura. Foram 14 plantas transgênicas que expressam características que irão ajudar os agricultores de soja, milho e algodão a manejar os desafios da lavoura e obter melhor rendimento em função da redução de perdas. A diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, destaca os fatores que contribuíram para esse desempenho. “A competitividade do agronegócio brasileiro é resultado de uma forte sinergia entre as necessidades do campo, adoção da biotecnologia agrícola e critério científico em avaliações de biossegurança”, afirma. Entre as aprovações, cabe ressaltar o primeiro eucalipto transgênico do mundo, liberado comercialmente em abril do ano passado.
As altas taxas de adoção (entre 90% e 100%) nos maiores mercados do mundo para a biotecnologia agrícola sugerem que, nos próximos anos, haverá pouco espaço para crescimento. Isso implicará no surgimento de novos players, a exemplo de países asiáticos e africanos. Para Adriana Brondani, porém, esse cenário representa uma oportunidade para o Brasil. “Dentre os países em que a biotecnologia está mais presente, o Brasil é o único que consegue expandir área sem avançar sobre áreas de preservação, por meio da recuperação de áreas degradadas”, explica.
Outros destaques do relatório global do ISAAA sobre variedades GM:
Pelo quarto ano consecutivo, países em desenvolvimento adotaram mais transgênicos (54%, ou 97,1 mi/ha) do que países industrializados (46%, ou 82,6 mi/ha). Além disso, das 28 nações que utilizam a biotecnologia, 20 são países em desenvolvimento.
Dentre os cerca de 18 milhões de agricultores em todo mundo que já adotam a biotecnologia agrícola, 90% são pequenos produtores. “A contínua adoção em países em desenvolvimento comprova que a transgenia traz benefícios a todos”, afirma Clive James.
Transgênicos com mais de uma característica, também chamados de piramidados, foram plantados em 58,5 milhões de ha, 33% de toda área cultivada com OGM no mundo (aumento de 14% entre 2014 e 2015).
Líder global na adoção de transgênicos, o país também é o que mais aprova culturas GM com novas características. Em 2015 destacaram-se a batata (com 4 caracteríticas), a maçã (que não escurece quando cortada) e o salmão (primeiro animal transgênico aprovado para consumo humano no mundo, que cresce mais rápido que o peixe convencional).
Em 2015, o país se tornou o maior produtor mundial de algodão. Nesse ano, 95% da área cultivada foi composta de sementes transgênicas.
Diversos órgãos de avaliação de biossegurança em todo mundo estão analisando OGM com características como composição nutricional melhorada e tolerância à seca, solos salinos e inundações. Nos EUA, a área plantada com milho tolerante à seca, o priemro do mundo, aumentou 15 vezes entre 2013 e 2015.
Fonte: ISAAA 2016 / Cib
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