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Biotecnologia reforça produtividade na produção agrícola

Publicado em 15/03/2016

Os produtores que embarcam todos os anos rumo a Não-Me-Toque buscam inovações para qualificarem a produção e aumentarem a rentabilidade. Cada vez mais, a Expodireto-Cotrijal se consolida como uma das principais feiras do país para lançamentos de biotecnologias. É na feira que empresas brasileiras e grandes multinacionais do setor apresentam aos produtores rurais as novidades do ano que prometem impulsionar a produtividade das lavouras.

Em um ano em que a renda no cultivo de milho superou a de soja, uma das apostas da Monsanto foi a tecnologia para o milho VTPRO 3, que promete aumentar o potencial produtivo da lavoura ao dar uma proteção extra para a raiz da planta. Em vez de defender apenas a parte aérea do vegetal contra as pragas, a novidade impede que a larva-alfinete, uma das mais comuns na região Sul do país, se alimente da parte subterrânea do pé de milho - o que prejudica a absorção de água e nutrientes e interfere no crescimento da planta. As larvas, que saem dos ovos colocados na base do vegetal, consomem a raiz, matando as plantas recém germinadas ou deixando-as mais suscetíveis a estiagens e acamento.

A tecnologia melhora a produtividade e o produtor percebe isso. Em alguns casos, o ganho foi de 5,5 sacas por hectare, mas teve situações em que o avanço chegou a 20 sacas. Adotando boas práticas de manejo e seguindo as instruções técnicas, a melhora é significativa - afirma Guilherme Lobato, gerente de tecnologia milho da Monsanto.

Depois de ser utilizada na safrinha, no Cerrado, a semente teve seu primeiro ano comercial na safra de verão 2015/2016. Mais de 7 mil produtores adotaram a tecnologia neste ano. Uma delas foi Mayra Dettmer, de Palmeiras das Missões. Engenheira agrônoma, a jovem, de 26 anos é uma das responsáveis por administrar a propriedade da família, situada no Noroeste gaúcho.

- Tivemos um ganho em sanidade e também na rentabilidade da lavoura, algo em torno de 20% - conta.

Frequentadora da Expodireto há pelo menos cinco edições, Mayra ressalta a importância de investir em tecnologia mesmo quando há pressão nos custos, como no último ano.

-É preciso pensar em produtividade. Você pode tentar barganhar em outros insumos, talvez, mas não em biotecnologia. É um movimento quase involuntário, o produtor precisa estar atento para conhecer as novidades - ressalta.

Tecnologia e manejo

Eduardo Cairão, melhorista pesquisador da Embrapa ressalta que a biotecnologia é mais uma ferramenta para aumentar a produtividade das lavouras, mas que o produtor não deve depositar toda a esperança no melhoramento genético: boas práticas de manejo também são fundamentais para melhorar os ganhos.

- São ações que andam juntas, uma não existe sem a outra. A biotecnologia acelera resultados, ajuda a superar obstáculos na lavoura, mas precisa estar associada a uma série de práticas - afirma.

Gelson Lima , supervisor de produção agropecuária da Cotrijal, afirma que o melhoramento genético das sementes é um fator-chave para o ganho de rentabilidade, mas não é o único: pelo menos outros 52 fatores - da biotecnologia ao manejo - podem contribuir para potencializar a produtividade nas lavouras e que com o avanço das pesquisas no setor é difícil imaginar um teto para a produção.

- Em 1982, a média de produção era de 26 sacas por hectare, em 2011 chegamos a 53. Hoje já temos produtores produzindo mais de cem. Nosso objetivo é diminuir cada vez mais a distância entre o potencial genético das culturas e o resultado obtido pelos agricultores - afirma.

Outro ponto importante é usar o produto certo para determinada praga.

- A tecnologia é voltada para uma espécie específica, é preciso conhecer cada praga. Não adianta comprar o produto errado - diz Bruno De Conte, supervisor do insetário da Monsanto.

Milho, soja

Nova cultivar transgênica deve sacudir mercado de soja

Um dos lançamentos que mais gerou curiosidade entre os produtores na Expodireto foi a chegada no circuito comercial da soja transgênica da Bayer - mais uma multinacional que passa a deter a biotecnologia - por mais de 10 anos nas mãos de uma única companhia. A empresa promete uma cultivar tolerante a produtos com glufosinato de amônio, mas o sucesso depende dos preços, cujos valores serão definidos em três meses.

Resultado de quase 10 anos de pesquisa, a biotecnologia, que ganhou o nome de Liberty Link, é uma alternativa para combater ervas daninhas cada vez mais resistentes. Diretor de negócios de soja da Bayer, Hugo Borsari, evita falar em fatia de mercado a ser conquistada.

- Ervas daninhas são um problema crescente, limitam muito a produtividade da lavoura e muitas vezes o produtor nem imagina a intensidade do problema.

Dono de uma propriedade de 90 hectares em Palmitos (SC), Alcemir Luiz Restelli, 45 anos, foi a Não-Me-Toque conhecer de perto a nova biotecnologia. Enfrentando problema com ervas daninhas, principalmente buva, azevém e corda-de-viola, o produtor procura alternativa para aumentar a produtividade nas lavoura de soja e milho. No próximo ciclo, pretende dedicar pelo menos um quinto do terreno para a nova variedade.

 - Estou curioso para saber como o produto se adaptará na propriedade - diz.

Fonte: ZH

O  Roadmapping da Biotecnologia aplicada às Indústrias Agrícola e florestal, vislumbrando a importância da biotecnologia como meio para o aumento da produção, melhorando a eficiência técnica e econômica das lavouras, faz interagir grupos de especialistas e induz, de forma compartilhada, a criação de visões de futuro que têm como objetivos desenvolver a biotecnologia agrícola e florestal paranaense.

A visão de futuro para a Indústria Agrícola e Florestal  como referência a genética e melhoramento vegetal tem a biotecnologia como principal vetor de desenvolvimento de novos produtos e processos. O reconhecimento na área demanda investimentos em pesquisa em biotecnologia aplicada à genética e melhoramento vegetal.

Diante disso, os Observatórios do SESI/SENAI/IEL desenvolve grupos de trabalhos que envolvem pessoas com amplo conhecimento e vivência na área de biotecnologia que tem como objetivo expandir esse setor industrial no Paraná. 

Para melhores esclarecimentos entrar em contato pelo telefone (41) 3271-7471 ou pelo e-mail observatorios.rota.biotecagroflorestal@fiepr.org.br

Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - 80215-090
Fone: 41 3271 7900
Fax: 41 3271 7647
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