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Publicado em 27/10/2017
A eletricidade produzida a partir da biomassa, atualmente, é responsável por 8% da eletricidade total gerada no Brasil, que foi de 620 TWh em 2016, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisas Energéticas (EPE). O uso da palha de cana-de-açúcar como matéria-prima poderia incrementar essa quantidade em cerca de 6%.
Segundo a pesquisadora do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e gestora executiva do Projeto Sucre, Thayse Hernandes, com o incremento da palha de cana, considerando o potencial de geração excedente com a queima do bagaço, somada ao potencial de 50% da palha disponível no Brasil, seria possível gerar aproximadamente 100 TWh de eletricidade. “Essa eletricidade supriria 70% do consumo residencial brasileiro, de acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN)”, informa.
De acordo com a pesquisadora, o potencial considera a produção de 140 kg de palha (base seca) por tonelada de cana-de-açúcar e de recolhimento de metade de toda a palha gerada na colheita da safra passada, quando foram processadas 612 milhões de toneladas de cana na região do Centro-Sul do Brasil, que responde por 93% do processamento total do País, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“Os parâmetros de produção e de rendimento de energia foram baseados em informações da Divisão de Inteligência de Processos do CTBE, que são responsáveis pela ferramenta Biorrefinaria Virtual de Cana-de-Açúcar”, esclarece.
PROJETO SUCRE
O Sugarcane Renewable Electricity (Sucre) faz parte de um conjunto de projetos gerenciados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), fomentados com recursos do Global Environment Facility (GEF).
Segundo Thayse, o Sucre tem como base o Projeto “Brazilian Biomass Power Generation: Sugarcane Bagasse Extension”, também financiado pelo GEF e desenvolvido pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), na década de 1990. “Como output (resultado) deste projeto, começou-se a pensar na palha como possível complemento ao bagaço na geração de eletricidade, a partir da colheita mecanizada e da proibição da queima dos canaviais”, relata.
A meta do Sucre é aumentar a oferta de energia elétrica com baixa emissão de gases do efeito estufa, por meio da utilização da palha da cana, em complemento ao bagaço, para a geração de eletricidade no setor sucroenergético. “O setor se beneficiará de avaliações e soluções tecnológicas para o recolhimento, processamento e queima da palha, podendo, assim, aumentar o potencial de geração de eletricidade nas unidades”, explica a pesquisadora.
Leia a reportagem na íntegra aqui.
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