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3 cases de uso sustentável de energia

Publicado em 18/08/2017

Os desafios energéticos estão cada vez mais presentes no dia a dia das indústrias. Desde de julho, os industriais paranaenses passaram a pagar uma conta de energia, em média, 5,62% mais cara.  A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) fez um levantamento que mostra quais são os setores mais afetados pelo reajuste. A indústria metalúrgica terá o maior percentual do faturamento comprometido dentre os segmentos da indústria de transformação.

Os empresários do setor terão de destinar 8,39% das receitas para o pagamento da conta de energia. Em junho de 2014, antes do reajuste daquele ano, os custos para o segmento eram de 3,69%, com a nova tarifa há um aumento de 127,3%.

Com o último reajuste das tarifas de energia elétrica as empresas têm se reinventado para buscar soluções.

 

Confira 3 cases de uso sustentável para geração de energia a partir de diferentes formas.

AUTOSSUFICIÊNCIA

Ser capaz de produzir toda a energia que consome é praticamente um sonho de toda grande indústria. A Klabin, que atua no setor de papel e celulose, chegou a esse patamar de autossuficiência ao desenvolver uma planta em Ortigueira, no interior do Paraná.

A geração parte do poder calorífico no processamento da madeira e da celulose, que praticamente vira uma biomassa líquida, que concentrada em uma caldeira, vai queimar e dar origem ao calor que vai gerar o vapor na caldeira. Neste processo a temperatura chega a 500º C, com o vapor sendo capaz de girar a turbina e transformar a energia mecânica deste movimento em energia elétrica nos geradores.

Capacidade - A geração total é capaz de abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes. Já a quantidade excedente de 150 MW é entregue a rede do Sistema Nacional – o equivalente ao que é produzido na Usina Hidrelétrica de Mauá ou abastecer a cidade de Londrina.

O diretor de Projetos e Tecnologia da Klabin, Francisco Razzolini, diz que para obter sustentabilidade elevada é preciso utilizar tudo o que for possível dos recursos, ter alta eficiência e energia e, por fim, inserir a eficiência energética em todos os processos da fábrica. 

 

BIOMASSA

Em 2016, o Paraná tinha seis unidades industriais que geram excedente de energia, colocando no Sistema 755 megawatts. A unidade que mais cogerou foi a Coopcana, que cogera energia elétrica tanto do bagaço da cana de açúcar como também de um processo inovador, que é através de um biodigestor contínuo.

Potencial - Juntas, as usinas que atuam no estado, em máxima operação, podem gerar 3 Gigawatts de energia - o que significa abastecer as cidades de Maringá e Curitiba somente com energia da biomassa.

Miguel Tranin, presidente da Alcoopar, explica que a falta de chuva dos últimos anos em determinadas regiões acendeu um sinal de alerta para as autoridades governamentais, que despertaram no ano passado, em função da estiagem, a fragilidade do sistema no Brasil.

“As hidroelétricas estão perdendo espaço para as formas de geração de energia alternativas. O potencial de energia a partir da biomassa em todo o país equivale-se a geração de duas usinas de Itaipu que pode ser a solução, aliada ao grande potencial de energia eólica e solar, também não poluentes", diz.


BIOGÁS

Um case em Marechal Cândido Rondon, região Oeste do Paraná, foi desenvolvido há 6 anos pela Itaipu Binacional e se tornou referência para um projeto nas cidades de Entre Rios e Santa Helena, interior do estado, além de um em San Jose, no Uruguai.

Localizado no Condomínio de Agroenergia para a Agricultura Familiar Sanga Ajuricaba, o projeto inicial envolveu 33 produtores rurais de agricultura familiar, criadores de suínos e vacas leiteiras. Juntos, produzem 800 m³ de biogás por dia em biodigestores individuais e são capazes de produzir Biometano com 98% de pureza. Com o potencial é possível alimentar um moto-gerador de 75kVA e produz cerca de 800 KW/hora de energia elétrica.

Para os próximos anos, há uma expectativa de crescimento no mercado nacional em função de ser fonte versátil, com o qual se pode gerar energia elétrica, térmica e automotiva, o que não acontece com outras fontes renováveis.

Ao contrário das outras fontes de energia, o custo de investimento é mais barato, inclusive a comparado a energia hidráulica. Gerar eletricidade com biogás custa pouco mais da metade da hidroeletricidade e menos da metade da energia solar.

Para o presidente da Abiogás, Cícero Bley, faltam programas estaduais e federais. “As vantagens do biogás vão ficando cada vez mais evidentes e já movimentam grandes investidores como as cooperativas de produção de alimentos, assim como outras indústrias como cervejarias e outras que produzem efluentes e resíduos orgânicos”, reforça.

 

Informações: Sistema FIEP

 

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