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Publicado em 26/07/2017
Um dos maiores produtores mundiais de banana, o Brasil trabalha para manter a sanidade das áreas de plantio da cultura. Até o final de agosto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) deve lançar alerta fitossanitário para iniciar campanha de prevenção contra a raça 4 tropical do Mal do Panamá – doença considerada hoje a principal ameaça aos bananais em todo o mundo. Em 2016, o país plantou cerca de 485 mil hectares da fruta, com produção de 6,8 milhões de toneladas e exportações de US$ 21,04 milhões, o equivalente a 64,4 mil toneladas.
De acordo com o Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) do /Mapa, o alertaorientará sobre a adoção de medidas para prevenir a introdução no Brasil da raça 4 tropical do fungo (Fusarium oxysporum f. sp. cubense), causador do Mal do Panamá. Essa nova raça foi detectada pela primeira vez em 1990 e está provocando grandes perdas no sul da Ásia. Além de ter se alastrado por países asiáticos e da Oceania, ela já atingiu o Oriente Médio e chegou a Moçambique (África).
O Brasil convive desde a década de 1950 com a raça 1 do fungo, endêmica em todo o mundo, lembra o chefe da Divisão Prevenção, Vigilância e Controle de Pregas do DSV, Ricardo Kobal. “A raça 1 do Mal do Panamá atinge a variedade de banana maçã, causando grandes perdas na produção." No continente americano, a raça 4 ainda não foi encontrada e sua introdução poderia trazer sérios problemas à produção da fruta. Isto porque as variedades prata, nanica e nanicão, que representam quase 90% das bananas plantadas no Brasil, são suscetíveis à raça 4 tropical do fungo.
Campanha
Por meio do alerta fitossanitário e de demais materiais da campanha, produzidos por grupo de trabalho formada pelo Mapa e pelo Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), serão dadas informações a técnicos, produtores e ao público em geral sobre quais precauções devem tomar para prevenir a entrada da doença no território nacional.
As principais formas de disseminação da doença são mudas de banana contaminadas; restos de plantas doentes; solo contaminado com o fungo, que pode ser transportado involuntariamente no solado de sapatos, roupas ou em máquinas agrícolas; uso de ferramentas de desbaste infectadas com o fungo; e água de irrigação com presença de esporos do fungo. Depois que um local é contaminado, o fungo pode sobreviver no solo por mais de 20 anos ou ainda em hospedeiros intermediários (ervas daninhas específicas).
Pessoas que viajam ao sul da Ásia, Oceania, Oriente Médio e Moçambique, onde já está presente a raça 4 tropical do fungo, devem tomar cuidados extras. “Como solo contaminado ajuda a disseminar a doença, é importante que viajantes vindos dessas regiões limpem o que fica de terra nos sapatos e lavem as roupas antes de embarcar de volta ao Brasil." Também devem evitar trazer objetos feitos com palha de bananeira, por exemplo.
A matéria também está disponível no site do Mapa. Acesse aqui.
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