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Publicado em 03/04/2017
A expansão do agronegócio deve exigir ajustes que tornem a produção mais sustentável. Além de técnicas que permitam cultivar mais com menos, há pesquisadores se preparando para cenários extremos.
Confira projeções de especialistas ouvidos por ZH para os próximos 20 anos no campo:
Cultivo vertical
Para aproveitar melhor os recursos naturais, no futuro a agricultura deve ganhar modelos verticais.
– Imagine uma grande estufa na forma de um edifício, com controle total de luz, umidade e temperatura – projeta o engenheiro agrônomo e produtor rural Roberto Salet, mestre em Ciência do Solo e doutor em Agronomia.
Nesse modelo, a ideia é não ter inverno nem verão, pois o homem terá tecnologia capaz de controlar as condições de clima. Também estima a possibilidade de reduzir o ciclo das culturas pela metade, ampliando a oferta mundial de alimentos.
Amigos vivos
A produção agrícola demandará o uso racional de defensivos agrícolas combinado com produtos biológicos em prol de um manejo cada vez mais sustentável. Hoje, o uso de organismos benéficos como insetos, vírus, bactérias, fungos e outros predadores representa uma fatia pequena, próxima a 2% do mercado brasileiro de inseticidas, nematicidas e fungicidas. Na Europa, este segmento já representa entre 14% e 16% do mercado.
– Não temos a menor dúvida de que a tendência futura é bastante promissora – avalia o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio), Gustavo Herrmann.
A expectativa da entidade é de uma expansão anual entre 15% e 20% nos próximos anos no Brasil.
Controle real
A melhoria das redes de comunicação de dados no campo e o monitoramento via satélite ou por drones vão facilitar o controle de pragas. Será possível trabalhar com produtos mais específicos e seletivos para culturas e alvos.
– As indústrias de defensivos têm em seu DNA a busca por inovações que levam não só ao aumento da produtividade, mas à melhoria dos índices de sustentabilidade nos seus âmbitos social, ambiental e econômico – afirma o gerente de Inovação e Sustentabilidade da Associação Nacional de Defesa Vegetal, Roberto Sant¿Anna.
Energia renovável
Uma tendência que vai ganhar força é o uso de energia solar no campo. No futuro, as propriedades rurais serão capazes de gerar a energia que consomem.
– A tecnologia ajudará a trazer mais produtividade e mais sustentabilidade – afirma o presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia.
Abelha drone
Pensando em um cenário extremo, com uma possível escassez de insetos no futuro, há fortes indícios de que abelhas robôs venham a ser usadas para ajudar a polinização das lavouras. Pesquisadores do Instituto de Ciência Industrial e Tecnologia Avançada do Japão apresentaram pequenos drones que, em um cenário catastrófico de mortandade de abelhas, poderão ajudar no trabalho de transporte de pólen de uma planta para outra.
Água mais cara
A água deve se tornar um bem cada vez mais valioso no campo. O agrônomo Antônio Felix Domingues, coordenador de Articulação da Agência Nacional de Águas (ANA), prevê cobrança pelo uso da água bruta – aquela que é captada direto do rio – caso a situação se agrave, como já ocorre na bacia do rio São Francisco.
Para evitar a escassez, recomenda-se o uso racional, o investimento em reservatórios e o cultivo de variedades que demandam menos água. Em 1970, segundo a ANA, eram necessários 17 mil metros cúbicos de água por hectare para produzir 3 mil quilos de arroz. Em 2012, o volume caiu para 8 mil metros cúbicos e a produtividade aumentou para 8 mil quilos.
Informações de ZH Campo e Lavoura.
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