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Publicado em 12/01/2017
Os agricultores João e José de Oliveira, da pequena cidade de Rancho Alegre, no interior do Paraná,
preparam-se para um dos momentos mais importantes da cultura da soja: o plantio.
Se ele for bem-feito e realizado em
condições apropriadas, boa parte do resultado da produtividade estará garantida. Os produtores checaram
no celular as estações meteorológicas da propriedade; verificaram os sensores de umidade do solo e, tudo
acertado, decidiram enviar o trator, sozinho, para a roça.
A máquina começa o plantio pela parte
da fazenda que tem as melhores condições no momento, seguindo as recomendações das fontes de informações
que eles têm.
Os personagens dessa história são fictícios, mas as novas tecnologias e o trator
autônomo, que dispensa o operador, já são realidade.
Após a agricultura de precisão
e a consequente coleta de dados sobre clima, solo e pragas nos últimos anos, avança a agricultura digital. Esta
permite ao agricultor usar novos atributos agronômicos para tomar decisões.
Esse processo de refinamento
das decisões vai continuar durante o desenvolvimento das lavouras. Novas tecnologias já indicam como definir
as ações nas áreas mais afetadas por doenças ou por deficiência do solo.
Passada essa
fase, as tecnologias apontam para o momento mais adequado de o produtor iniciar a colheita.
Com informações
climáticas mais confiáveis, ele antecipa ou retarda a colheita, adequando-a ao melhor momento de umidade ou
de maior rendimento dos grãos.
"As fazendas entram no processo de digitalização, o que permite
mitigar riscos e antecipar problemas futuros", diz Leonardo Sologuren, da Agrinet, fornecedora de inteligência na área
de clima.
Mas o setor está em um momento de quebrar paradigmas. O produtor, em geral desconfiado, tem de ver
o que a tecnologia traz ao campo.
Para Sologuren, o país precisa construir um sistema eficiente de informações,
o que vai permitir criar um banco de dados sobre clima e solo.
Uma das atuações de sua empresa tem sido
a colocação de estações meteorológicas nas propriedades para a formação do
banco de dados.
As estações meteorológicas atuais ignoram o microclima em cada parte das fazendas.
É preciso um banco de dados para os programas de agricultura digital funcionarem com mais precisão.
DORES
DO PRODUTOR
A Bayer também investe na agricultura digital. A empresa foi a campo para verificar as "principais
dores" do produtor. Entre elas, estão informações sobre o clima, ervas daninhas, mão de obra no
campo e custos de operação.
Para melhorar uma das "dores" do produtor, a empresa criou um modelo climático
que dá as informações a a ele com base nos dados de latitude e longitude da fazenda. O produtor tem a
informação estendida aos talhões.
Com dados climáticos mais precisos, o combate às
pragas ganha em eficiência. Com um aplicativo de reconhecimento de plantas daninhas, a empresa põe à disposição
do produtor 17 mil imagens.
Almir Araújo, da Basf, afirma que hoje o setor reúne um manancial de dados
que, analisados corretamente, podem trazer grandes benefícios para o agronegócio.
Ao receber esses dados,
o produtor tem de ter meios adequados para tomar decisões. Para ajudar nisso, a Basf se uniu à ACE e criou o
AgroStart, programa para acelerar start-ups que desenvolvem soluções para elevar a eficiência e a produtividade
do agronegócio.
Esses programas são voltados para a busca de eficiência no combate a pragas, bem
como para pesquisas que vão de solo a falhas no plantio.
A Monsanto, líder em biotecnologia, também
aposta no setor. Sua empresa Climate Corp, dedicada à gestão de dados, tem um dispositivo que se conecta às
máquinas no campo, recolhe informações de plantio e de colheita e os repassa para o produtor.
As
máquinas agrícolas são úteis no manejo das novas informações. "Elas executam o processo",
diz Maurício de Menezes, da John Deere.
MENOS FERRO
As máquinas incorporam cada vez mais recursos
tecnológicos para armazenar e enviar dados. Esse envio pode ser via wi-fi, satélites ou até de uma máquina
para outra. "Elas são cada vez menos ferro e mais tecnologia", diz.
Christian Gonzalez, da Case IH, diz que as
máquinas agrícolas atualmente "contêm tecnologias altamente avançadas". O trator autônomo,
que a empresa traz ao Brasil para demonstrações no próximo ano, é um desses casos.
As inovações
chegam também à indústria de adubo. A Yara, por meio de sensores acoplados ao trator, ajusta a dose de
fertilizante na hora da aplicação. Eles funcionam determinando a demanda de nitrogênio por reflexo de
luz –coloração das folhas– e ajustando a dose para a aplicação exata na cultura
Fonte: Folha de São Paulo via Brasil Agro
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