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Biomassa florestal tem alto poder calorífico

Publicado em 07/12/2016

O setor florestal brasileiro tem vivido nos últimos 10 anos uma agitação considerável, desde a produção de mudas, passando por revoluções nos plantios, alguns em tempo recorde, até as grandes máquinas de colheita. 

As espécies florestais exóticas ou nativas podem ter cuidados parecidos na silvicultura, cada uma com peculiaridades, mas neste artigo o foco será o cultivo de eucalipto. Com grande plasticidade ecológica, potencial de adaptação, estabelecimento, crescimento e produção às mais variadas condições edafoclimáticas do território nacional, além da elevada produtividade. 

Para se realizar a implantação florestal devemos considerar vários fatores importantes: localização do terreno; reconhecimento da área; levantamento topográfico; mapeamento do solo; análises químicas e físicas do solo; levantamento da vegetação; condições edafoclimáticas regionais; distribuição de reservas legais e áreas de preservação permanente; escolha da espécie e/ou procedência; estradas, aceiros e talhonamento; cercas divisórias; limpeza da área; controle de pragas; correção do solo, preparo do solo; escolha do espaçamento; fertilização mineral; plantio; replantio; e tratos silviculturais.

A localização do terreno servirá para realizar o plano de negócio, avaliar a viabilidade e logística do empreendimento. 

Análises estratificadas químicas e físicas do solo servem para conhecer a fertilidade, estrutura física, camadas adensadas, solo pedregoso, e áreas sujeitas à erosão. Sem essas informações é impossível fazer uma recomendação correta e precisa da área, mas isso normalmente ocorre na silvicultura convencional, onde são descartadas as análises e utilizadas às conhecidas receitas de bolo. 

A penetrometria é usada para medir a compactação do solo, o mapeamento é fundamental para a tomada de decisão desde planejamento, gerenciamento das células produtivas, levantamento de rendimento operacional até a colheita da madeira.

A escolha da espécie e qual material genético deverá ser utilizado está intimamente ligada ao objetivo final a que se destina a madeira e a aptidão silvícola local. Clones ou sementes melhoradas devem ser preferidas, mesmo com custo superior, devem ser provenientes de locais com características do clima, do solo e geográficas semelhantes às da área que pretende plantar. 


Precisa-se ser minucioso na escolha do material genético. Existem espécies melhoradas e adaptas tanto a neve quanto a situações de seca e baixíssima precipitação. Estes melhoramentos estão direcionados basicamente a produção de celulose, energia, ou serraria. 

Para a escolha do espaçamento em maciços, deve-se ter preocupação quanto à espécie, grau de melhoramento, fertilidade do solo e objetivo do plantio, mas principalmente a precipitação. Normalmente, para o eucalipto, o espaçamento mais recomendado é o de 3 m (metros) entre as linhas e 3 m entre as mudas, ou seja, 9 m² (metros quadrados) por planta, o que corresponde a 1.111 mudas por ha (hectare). Em alguns casos, precisa-se aumentar o espaçamento para a utilização de máquinas nas entre linhas, por exemplo, 4 x 3 m, 3,6 x 2,5 m, dentre outros. Em áreas com menor precipitação, são recomendados espaçamentos maiores como, 3,5 x 3,5 metros até 4 x 4 metros, chegando até 16 m² (metros quadrados) por planta, cada projeto sempre terá seu espaçamento específico e planejado anteriormente para não haver surpresas. A engenharia que envolve a silvicultura deve ser tomada levando sempre em consideração os dados e a metragem quadrada por planta. Portanto, não existe regra única! 

As mudas devem ser adquiridas em viveiros confiáveis e de qualidade conhecida. Na expedição devem estar rustificadas, manter o vigor, sistema radicular integro, estarem protegidas de vento, frio e compactação durante o transporte. O controle de pragas existentes deve ser executado antes, durante e pós-plantio.

O plantio deve ser realizado no início e durante o período chuvoso, depende de cada região. Com a utilização do hidrogel pode-se plantar em qualquer época do ano, respeitando outros fatores além da umidade e temperatura, para evitar o cozimento das raízes. O replantio deve ser evitado, e quando feito, precisa ser realizado no máximo 30 dias após o plantio, utilizando-se mudas com o mesmo padrão de qualidade das plantadas inicialmente. 

No caso de uso múltiplo da madeira, a poda precisa ser realizada, utilizando-se serrinhas profissionais de dupla face, ou tesouras próprias para esta atividade. A poda, desrama ou desgalha deve ser realizada no período seco, bem rente ao tronco, para evitar nodulação e aumentar o valor agregado da madeira, produzindo a clear-wood, madeira limpa de forma manejada na silvicultura. Para a produção de biomassa não é necessário realizar a poda.

O principal objetivo de uma floresta comercial é fornecer matéria-prima para a fabricação de produtos indispensáveis. Estas florestas estão se multiplicando a partir da necessidade de abastecimento da indústria e preservação das florestas nativas. Portanto, é imprescindível o planejamento completo de todo o cultivo florestal para não se inviabilizar o investimento extremamente rentável.

Pedro Francio Filho – Sócio-diretor da Unisafe Consultoria.
pedro@unisafeconsultoria.com.br

Fonte: Biomassa BR

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