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Publicado em 16/05/2016
Pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) criaram uma possível solução para inibir a ação dos fungos nas plantações de soja, principal produto da agricultura no país. A ideia inicial foi desenvolver uma planta geneticamente modificada que resistisse à “ferrugem asiática”, que é a principal doença que afeta as plantações no Brasil. Para isso, eles clonaram um gene específico no “feijão guandu” e aplicaram à soja.
Os resultados foram satisfatórios e, ao que indica a pesquisa, a alternativa vai reduzir drasticamente os prejuízos causados à cultura de soja pela doença, que afeta as folhas e reduz a produtividade das lavouras. Os estudiosos fazem parte do Departamento de Fitopatologia e do Instituto de Biotecnologia Aplicado à Agropecuária (Bioagro) da UFV e o trabalho que desenvolveram foi financiado por uma fundação americana que apoia projetos de desenvolvimento à resistência de doenças em plantas.
A ferrugem asiática da soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e o combate feito por fungicidas, que causam diversos problemas ambientais e tornam a produção muito cara. O custo médio para o controle da doença no Brasil é estimado em US$ 2 bilhões por ano. Além disso, o uso de agrotóxicos faz com que o fungo se adapte às características da droga e fique cada vez mais resistente ao uso.
Todo o trabalho de pesquisa foi coordenado pelo professor Sérgio Herminio Brommonschenkel e sua equipe de aproximadamente 15 estudantes de pós-graduação, mestrado, doutorado e iniciação científica, além de pesquisadores do The Sainsbury Laboratory, na Inglaterra, e da empresa DuPont Pioneer, parceira do grupo no projeto.
Brommonschenkel explicou ao G1 que a proliferação da doença, que chegou ao país em 2001, é fácil e atinge partes diferentes do Brasil, de acordo com o clima. “Ela é causada por um fungo e disseminada com o vento. Por isso, a única coisa que limita a ocorrência da doença no país é a condição climática. Na última safra, as lavouras do Sul do Brasil se desenvolveram muito porque choveu bastante, mas no Mato Grosso (MT), por exemplo, foi o contrário. O clima seco ajudou os agricultores“, afirmou.
Ele também mensurou o prejuízo causado aos produtores. “A ação dela [a doença] causa necrose na planta e atinge as folhas, que são a ‘fábrica’ dos grãos. Logo, você tem que ter folhagem para ter grãos. Se as folhas são atacadas, a produção por área diminui e, ao invés de colher 80 sacas, por exemplo, o produtor tira 20”, explicou.
Por fim, o professor disse que a pesquisa não para e outros genes devem ser identificados, com leguminosos distintos. “A meta não é ter um gene só, mas muitos, para produzir uma variedade de soja maior e mais duradoura. Por isso, estamos trabalhando com outras dez espécies, que já identificamos e classificamos. Isso abre um leque não só para a soja, mas também para outras culturas”, concluiu.
Fonte: G1
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