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Publicado em 04/03/2016
O veranico em Mato Grosso no período do plantio da soja 2015/2016 propiciou para uma elevação de nematóides
nas lavouras do estado. O principal impacto com o aumento da presença da doença é a perda de produtividade,
segundo pesquisadores. No Brasil não há estudos de biotecnologia para cultivares mais resistentes aos nematóides.
Os nematóides podem ser de vida livre, parasitas de plantas, de insetos ou de animais. No caso das plantas
atacam seus órgãos subterrâneos, como raízes, bulbos, tubérculos e rizomas, bem como s órgãos
aéreos, como caule, folhas e sementes. Tais organismo alimentam-se dos nutrientes encontrados nas plantas. Entre os
sintomas estão da ação de fitonematóides plantas menores, amareladas, com pouca resistência
à falta d'água ou a extremas temperaturas, bem como produção reduzida, raízes curtas, lesões
internas e até mesmo morte prematura da planta.
Na soja, os nematóides mais comuns são o de
Cisto (Heterodera glycines), Galhas (Meloidogyne spp.), Reniforme (Rotylenchulus reniformis) e Lesões Radiculares (Pratylenchus
brachyurus).
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"Mato Grosso é dividido em regiões e os problemas de nematóides são da mesma forma. Na
região Sul do estado, por exemplo, temos muitos problemas com nematóides de galha. Em áreas com rotação
de soja e algodão a presença maior é de Rotylenchulus, que é um nematóide que tem se multiplicado
na soja, mas a maior incidência dele é na cultura do algodão e está aumentando muito na região
do Parecis , além do nematóide de cisto. Na região de Lucas do Rio Verde, Sorriso e Nova Mutum o nematóide
Lesões Radiculares e também um pouco de nematóide de cisto”, esclarece a pesquisadora da Fundação
MT, Rosangela Silva.
De acordo com a pesquisadora, em um ano, como o constatado em 2015, com stress hídrico
na semeadura, se o produtor plantou em um período de chuva e logo veio um veranico e as plantas estavam em fase vegetativa
hoje se está colhendo entre 20 e 30 sacas por hectare em função de um conjunto de situações
que ele (produtor) teve ali.
"A falta de chuva implica em um stress maior na planta e deixa ela mais favorável
ao nematóide. O veranico propícia para o aumento da população. Ele aumenta muito a agressividade,
porque, por exemplo, na região de Sapezal em que a chuva foi mais frequente há áreas com ocorrência
de nematóide, o produtor já sabe da incidência dele, mas como choveu depois que ele plantou até
agora você não vê "reboleiras" na lavoura, porque a planta conseguiu se estabelecer e conseguiu conviver
bem com o ataque. Claro que isso em áreas que o produtor já vem fazendo o manejo. Mas, na região Médio-Norte
não. Mesmo fazendo o manejo, está sofrendo mais em decorrência a falta de chuva", explica a pesquisadora.
Controle
O manejo é um dos meios de controle para a incidência de nematóides
nas lavouras. "Esse ano produtores que vem já trabalhando com o aumento de palha, matéria orgânica nas
áreas dele, ele conseguiu se sobressair muito mais com relação aos problemas de nematóides. Por
quê? Se ele tem uma massa maior, formou mais umidade no solo a planta conseguiu se desenvolver melhor mesmo com a presença
de nematóides", pontua a pesquisadora da Fundação MT.
De acordo com Rosangela, os produtores
em Mato Grosso já vêm realizando um planejamento de plantas não multiplicadoras na entressafra, aumento
de massa, rotação de cultura nas piores áreas, aonde ele possui principalmente areia. "Em áreas
arenosas aonde o produtor que já vem trabalhando com manejo ele este ano viu o quanto é importante esse planejamento
de plantas e cultivares também".
Questionada sobre cultivares resistentes ao nematóide a pesquisadora
comenta que no Brasil não há estudos para o desenvolvimento de biotecnologias para tal, contudo nos Estados
Unidos existem alguns trabalhos, porém ainda são iniciais.
Fonte:Agro olhar
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