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Publicado em 01/02/2016
O biorreator para clonagem de mudas de plantas foi uma das atrações da Embrapa durante o Show Rural Coopavel 2016. Essa espécie de "fábrica de plantas", desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, unidade de pesquisa da Embrapa em Brasília, DF, é capaz de multiplicar mudas de plantas com muito mais higiene, segurança e economia, além de reduzir custos com mão-de-obra, acelerar o ciclo de produção e aumentar a produtividade. Por isso, representa uma ótima opção para empresas de vários segmentos relacionados à produção vegetal, como: fruticultura, produção de plantas ornamentais, reflorestamento, papel e celulose e madeireiras, entre outros. No dia 12 de janeiro de 2016, o equipamento recebeu a carta-patente (PI 0004185-8), concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
O biorreator funciona a partir de um sistema de frascos de vidro interligados por tubos de borracha flexível, pelos quais as plantas recebem ar e solução nutritiva por aspersão ou borbulhamento. Esse equipamento contém os materiais a serem reproduzidos, como células, tecidos ou órgãos, e visa produzir plantas de forma semiautomática, com monitoramento e controle das condições de cultivo, além de uma menor manipulação das culturas.
O pesquisador responsável pelo desenvolvimento do equipamento, João Batista Teixeira, que estará presente ao Show Rural, explica que além de acelerar o processo de multiplicação de plantas de interesse agronômico, o biorreator oferece ainda outras vantagens em relação aos métodos tradicionais de produção de mudas, como: adaptabilidade a diversas espécies vegetais; uniformização da produção; simplicidade de montagem; geração de produtos isentos de pragas e doenças; e redução do custo total por unidade produzida.
Os biorreatores desenvolvidos pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia são os do tipo de imersão temporária. Eles apresentam melhores resultados do que os de imersão contínua para a produção de mudas de diversas espécies, como por exemplo, cana de açúcar, abacaxi, banana, morango, café, etc. porque permitem uma boa aeração do material e evitam o excesso de hidratação do tecido, o que pode resultar no desenvolvimento anormal das mudas em cultivo.
Segundo Teixeira, o equipamento permite acelerar a produção de mudas, além de resultar na obtenção de plantas clonadas, ou seja, com mais uniformidade e qualidade para atender às exigências do mercado consumidor. "Acredito que o sistema de biorreatores será muito útil para a agricultura do século XXI, que demandará cada vez mais a produção de mudas de alta qualidade, ao mesmo tempo em que prioriza bases sustentáveis, com economia de energia elétrica e de outros recursos", afirma.
Confira, abaixo, as vantagens do biorreator em relação aos meios tradicionais de cultivo:
Vantagens
do uso de biorreatores em relação ao processo de micropropagação convencional
• Uso de meio líquido para cultivo das mudas, que melhora o crescimento, resultando em rendimentos
superiores para a maioria das espécies vegetais;
• Utilização de mais frascos,
permitindo o cultivo de maior quantidade de material;
• Maior uniformidade das mudas ao final
do processo;
• Maior taxa de crescimento, que aumenta a eficiência do processo, além
de reduzir o período de cultivo;
• Menor estresse gasoso e mecânico, com reflexos
positivos no crescimento das mudas;
• Redução significativa da necessidade de mão
de obra;
• Diminuição dos custos com água, já que os frascos utilizados
são descartáveis;
• Economia de energia uma vez que os frascos são esterilizados
por via química e não por autoclave;
• Versatilidade para uso com diversas espécies
de plantas, inclusive as que apresentam tolerância à seca.
Biorreator está pronto para
ser transferido ao setor produtivo
A tecnologia de biorreatores já está pronta para ser
transferida ao setor produtivo. O pesquisador acredita que um evento agropecuário do porte do Show Rural Coopavel,
que recebe anualmente mais de 200 mil visitantes em busca de novidades e tendências do agronegócio, será
um ótimo espaço para apresentar o equipamento à sociedade e ao setor privado. "Esperamos que a participação
da Embrapa possa levar à formação de novas parcerias público-privadas e, assim, permitir a inserção
do equipamento no mercado brasileiro", afirma.
Para isso, basta que as empresas interessadas formalizem contrato de licenciamento de tecnologia ou cooperação técnica com a Embrapa.
A formalização desse contrato prevê a capacitação de recursos humanos tanto em relação ao funcionamento do equipamento como do protocolo a ser utilizado no processo de micropropagação.
Fonte: Embrapa
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