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Publicado em 29/01/2016
O Pró-Açaí possui duração inicial de quatro anos e vai focar esforços na distribuição de material genético de qualidade e em ações de assistência técnica.
Fruto amazônico consumido no Brasil e no exterior, o açaí foi contemplado por um conjunto de ações que visam expandir a área de produção em 50 mil hectares. Elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Amazônia Oriental, além de outras instituições, o Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Açaí no Estado do Pará (Pró-Açaí) pretende aumentar a produção em 360 mil toneladas até 2024.
O Pró-Açaí possui duração inicial de quatro anos e vai focar esforços na distribuição de material genético de qualidade e em ações de assistência técnica para atingir a meta de expansão de 50 mil hectares de área de produção. O fruto representa a segunda maior cadeia produtiva da agricultura do Pará. A iniciativa conjunta tem por objetivo reduzir a sazonalidade do fruto. Atualmente, 80% de toda produção ocorre de julho a dezembro.
Luiz Pinto, diretor de Agricultura Familiar da Sedap e organizador do programa, explicou que serão 10 mil hectares para cultivo em área de terra firme, com irrigação, envolvendo 1 mil produtores de pequeno, médio e grande porte de todo Pará. Outros 40 mil hectares estão previstos nos municípios do Baixo Tocantins e Marajó, onde cerca de 10 mil famílias vivem da agricultura familiar em região de várzea. Pinto argumentou que elas passarão a utilizar tecnologias de manejo e de enriquecimento, podendo alcançar até seis toneladas em mesma área e período.
Ainda segundo o diretor da Sedap, as metas são ousadas e para atingi-las serão necessárias sementes e mudas de qualidade, além da capacitação dos agentes de assistência técnica (ATER), tarefas nas quais a participação da Embrapa é essencial. "Todo material genético será fornecido pela Embrapa, assim como o treinamento dos técnicos de ATER que atuarão junto aos produtores", disse.
A Embrapa Amazônia Oriental participou de todas as etapas de elaboração do programa. Foram seis meses de trabalho que reuniram, além da Empresa e Sedap, o Ideflor-Bio, Emater, Cooperativa Mista de Tome-Açu (Camta) e Irrigação Amazônia. Os pesquisadores Alberto William Viana de Castro, Alfredo Kingo Oyama Homma e João Tomé de Farias Neto estão entre os 10 co-autores do Pró-Açaí.
O lançamento do programa ocorreu nesta segunda-feira (25), na sede da Sedap, e teve presença de diversos atores que compõem a cadeia produtiva do açaí, além de autoridades, movimentos sociais e políticos ligados à agricultura.
Base genética
Segundo pesquisador João Tomé, que atua na área de melhoramento genético, já foram repassadas à Sedap duas mil sementes de açaí e, até o final do primeiro semestre de 2017, serão outras oito mil sementes fornecidas para distribuição gratuita aos produtores paraenses cadastrados.
"O maior aporte de sementes ocorrerá com o lançamento de uma nova cultura de açaí pela Embrapa, que tem o nome provisório de BRS Ver-o-Peso. Essa semente tem como diferencial maior produtividade, podendo alcançar até 15 toneladas por hectare/ano", garantiu Tomé.
Fonte: Portal Brasil, com informações da Embrapa
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