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Publicado em 27/01/2016
Algumas das principais tecnologias para produção de soja foram debatidas pela Embrapa Soja com os participantes do SuperAgro, evento técnico promovido pelo Agro100, em Londrina (PR). No espaço de Ciência e Tecnologia, a Embrapa, o Instituto Agronômico do Paraná e Universidade Estadual de Londrina apresentaram os avanços da pesquisa para técnicos e produtores.
Com foco nas demandas dos setores produtivos, a Embrapa mantém programas de melhoramento genético para o
desenvolvimento de soja convencional e transgênica. O chefe-geral da Embrapa Soja, José Renato Bouças
Farias, destaca que com o lançamento das cultivares IPRO e da soja Cultivance, a Embrapa passou a ter o mais completo portifólio de cultivares para a soja. "Isso
garante aos produtores diferentes soluções competitivas e opções que melhor se adequem ao seu
sistema produtivo", enfatiza Farias.
O programa de melhoramento genético da Embrapa tem 40 anos e é
reconhecido pela expertise em tecnologia para regiões tropicais, o que traz embutidas características como alto
potencial produtivo, estabilidade para diferentes regiões e garantia de qualidade fitossanitária. "Estamos associando
a confiabilidade e a segurança da tradição com as vantagens da modernidade para que o produtor brasileiro
seja mais competitivo no mercado internacional", avalia Farias. "Nosso foco é oferecer alternativas que aumentem a
rentabilidade do produtor e garanta menor impacto ao ambiente", destaca.
Destaques
Além disso, a Embrapa discutiu alguns dos principais desafios para a cultura da soja. Os produtores rurais tiveram
informações sobre como reduzir a compactação do solo e ampliar a matéria orgânica
com um bom manejo de solo e a utilização de plantas como crotalária e braquiária. Os
pesquisadores Henrique Debiase e Júlio Franchini ministraram palestra sobre o tema nos três dias de evento. O
Iapar demonstrou a utilização de braquiária consorciada com milho.
Também merece
destaque o debate sobre refúgio em áreas de adoção da tecnologia Intacta. A tecnologia,
ao mesmo tempo em que confere proteção a algumas espécies de lagartas, também pode, a longo prazo,
selecionar insetos resistentes, afirma Daniel Sosa Gómez, da Embrapa Soja. Por isso, a Embrapa defende a manutenção
de um Programa de Manejo Responsável no campo que envolve a adoção de práticas de manejo sustentável.
Entre as diversas medidas, recomenda-se o cultivo de área de refúgio: percentagem da área (no mesmo talhão)
com a mesma cultura não-Bt. O objetivo é manter a população de insetos suscetíveis à
toxina para que haja o acasalamento com os indivíduos potencialmente resistentes - provenientes das áreas com
plantas Bt - retardando, assim, a seleção de insetos resistentes à tecnologia.
Outro tema
relevante discutido com os produtores é Fixação Biológica do Nitrogênio, que é
um processo que substitui o uso de adubos nitrogenados nas lavouras de soja. A pesquisadora Mariangela Hungria explicou que
para produzir 1 tonelada de soja são necessários cerca de 80 kg de nitrogênio. Esse nutriente é
o mais requerido pela cultura e pode ser obtido gratuitamente na natureza, por meio de algumas bactérias do gênero
Bradyrhizobium (risóbios). De acordo com a pesquisadora, essas bactérias são capazes de capturar o nitrogênio
da atmosfera e transformá-lo em fertilizante para as plantas. A fixação biológica do nitrogênio
dispensa a utilização de fertilizantes nitrogenados; produtos que além de aumentar os custos de produção,
podem ser prejudiciais ao ambiente. Estimativas indicam que a não utilização destes adubos, em 30 milhões
de hectares de soja no Brasil, resulta em uma economia de US$ 12 bilhões por ano.
Estratégias antiresistência
para ferrugem da soja - No caso da ferrugem asiática da soja, o custo médio anual para o controle da doença
no país é de cerca de US$ 2 bilhões por safra. E apesar da contribuição que os fungicidas
proporcionam ao controle da ferrugem, uma redução da eficiência desses produtos vem sendo observada, devido
ao uso intensivo desde 2001, quando o fungo foi relatado no Brasil. Os fungicidas utilizados no controle da ferrugem
pertencem a três grupos (Inibidores de desmetilação - DMI -, Inibidores da Quinona Oxidase - QoI - e Inibidores
da Succinato Desidrogenase - SDHI). Ao ser identificada no Brasil, a ferrugem asiática foi controlada com a aplicação
de fungicidas do grupo dos DMIs, isolados ou em misturas, e dos QoIs.
Alguns DMIs apresentavam alta eficiência de controle, mesmo quando usados isoladamente, com eficiência semelhante
às melhores misturas, lembra a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja. No entanto, a partir da safra 2007/2008,
resultados de ensaios cooperativos realizados pelo grupo de pesquisadores do Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net)
em várias regiões brasileiras, mostraram redução de eficiência de alguns DMIs. "Esse problema
tem sido associada à seleção de populações do fungo menos sensíveis aos fungicidas
desse grupo", explica Godoy.
Entre as estratégias antiresitência para o manejo eficiente da ferrugem
estão: incluir todos os métodos de controle de doenças, dentro do programa de manejo integrado; utilizar
sempre misturas comerciais formadas por dois ou mais fungicidas com modo de ação distintos; aplicar doses e
intervalos recomendados pelo fabricante; evitar mais que duas aplicações do mesmo produto em sequência
e utilizar no máximo duas aplicações de produtos contendo SDHI por cultivo e não utilizar SDHI
quando a doença estiver bem estabelecida.
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