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Publicado em 14/01/2016
Pouco a pouco, os cultivares de bananas tradicionais do Litoral Norte vêm dividindo espaço com espécies que prometem ser mais resistentes a doenças e com menor custo de produção: a BRS platina, híbrida da banana prata, e a BRS princesa, do tipo maçã. Desenvolvidas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e implantadas em parceria com a Emater/RS, as espécies foram recomendadas oficialmente em 2014, após testes em 23 variedades da fruta.
Além da melhor adaptação à região, buscou-se testar as menos vulneráveis
a pragas. Após, foram realizadas degustações para testar a percepção do consumidor. Até
o momento, foram comercializadas 100 mil mudas da platina, segundo a Multiplanta, biofábrica licenciada pela Embrapa,
em 60 hectares de área no Estado.
– Há produtores bastante satisfeitos com a platina e outros
receosos. É que o sistema de produção precisa seguir recomendações específicas de
manejo, como colheita antecipada em relação à prata anã e temperatura de 15ºC na maduração,
um grau a menos que a similar. Os que estão seguindo as orientações têm sucesso – detalha
Edson Perito Amorim, líder do programa de melhoramento genético de bananeira da Embrapa Mandioca e Fruticultura.
Segundo o técnico, a platina é a única resistente ao mal do Panamá e, com as chuvas, a
doença deve incidir com mais intensidade. A doença e a Sigatoka-amarela, outro fungo comum na região,
podem reduzir a produção em 30%. Enquanto a primeira não é combatida por produto químico,
a Sigatoka-amarela pode ser eliminada por fungicida, o que exige mão de obra, aquisição do insumo, além
de impactar no ambiente.
São justamente o custo de produção e a falta de pessoal as principais
limitações para ampliar a produção. Antônio Conte, engenheiro agrônomo e coordenador
da Fruticultura da Emater, informa que a cultivar ocupa 11,6 mil hectares no Estado, sendo 11 hectares – quase a totalidade
– no Litoral.
– As novas variedades podem ajudar a expandir a produção – destaca
Conte.
Um dos entraves para ampliar a produção da platina e da princesa é a dificuldade na
hora de negociar. É o que conta o produtor e comerciante Paulo José Hoffmann Valim, de Morrinhos do Sul.
– Como é difícil vender para supermercados, faço a venda direta em fruteiras na estrada
– diz.
Para ampliar a produção, hoje de cem pés de platina e 300 mudas de princesa,
Valim vai esperar uma melhor aceitação do mercado.
Prinesa Substitui a Tradicional Maçã
Enquanto os testes da platina começaram há mais tempo, a utilização da cultivar princesa
é mais recente, com distribuição em 2014.
– É uma cultivar com demanda crescente.
Exige menos adubo e água, o que reduz o custo de produção em relação à maçã
– explica o técnico da Embrapa.
Há dois meses, foram distribuídas 15 mil mudas. Neste
e nos próximos meses, os técnicos da Embrapa e Emater acompanharão o desenvolvimento da fruta nas propriedades.
Embora o mal do Panamá possa incidir sobre a variedade princesa, afeta bem menos o varietal do que afeta a maçã,
que está praticamente exterminada no Rio Grande do Sul, pela sua grande suscetividade à doença.
– Vale a pena investir nas espécies pela qualidade e sanidade – reforça Amorim.
Fonte: Portal do Agronegócio
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