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Publicado em 14/10/2015
Uma das principais fontes de inovação no setor florestal é o melhoramento genético, um elemento-chave
para a manutenção da competitividade do setor. Por isso, o investimento em pesquisas neste campo é condição
básica para sua evolução e, atualmente, a seleção genômica ampla (SGA) pode ser considerada
um novo paradigma para este setor. Este foi o tema da palestra do pesquisador Dario Grattapaglia, da Embrapa Recursos Genéticos
e Biotecnologia, no 5º Congresso Florestal Paranaense, realizado em Curitiba (PR). Segundo o pesquisador, “podemos
reduzir o ciclo do melhoramento de 12 a 15 anos para perto de 6 anos. Isso representa um enorme avanço”.
A SGA se baseia na premissa de que todo o genoma atua na definição das características de interesse
do melhoramento e se baseia na análise simultânea de milhares de marcadores moleculares capturando todos os efeitos
gênicos. “Existe uma premissa equivocada, e de certa forma ingênua, porém ainda comum em alguns círculos
científicos, de pensar que um ou poucos genes podem ser responsáveis por grandes efeitos sobre os fenótipos
complexos como crescimento, tolerância à seca, qualidade da madeira e outros. As evidências experimentais
vêm se acumulando de uma forma muito consistente nos últimos 10 a 15 anos em dezenas de espécies de plantas,
não apenas florestais, de que fenótipos complexos são na verdade controlados por centenas a milhares
de genes e de segmentos de DNA reguladores, distribuídos por todo o genoma, cada um com um pequeno efeito, e as múltiplas
interações entre eles e com o ambiente”, explica. A capacidade de alterar ou predizer fenótipos
complexos com base em genes individuais é uma ideia atraente, mas infelizmente improvável pela própria
natureza evolutiva destas características. Com a abordagem da SGA, é possível desenvolver modelos estatísticos
preditivos que levam em consideração todos os milhares de efeitos do genoma e assim quantificar não só
a acurácia preditiva, mas também a incerteza associada com a predição. Ou seja, uma abordagem
inovadora porém com os pés no chão. Estes modelos permitem a prática da seleção
precoce, analisando os marcadores de DNA nas mudas ainda no viveiro, e assim identificar os indivíduos superiores ainda
nesta fase, levando-os a campo para a validação em testes clonais, conseguindo desta forma ganhar muito tempo
no processo de seleção.
Os impactos da SGA são, portanto, o ganho de tempo e precisão
da seleção de características difíceis ou caras de serem mensuradas, e uma redução
no número de árvores que são levadas para os testes de campo resultando no desenvolvimento mais rápido
de novas variedades clonais de eucalipto. Outro ganho é a possibilidade de seleção para diversas características
de interesse, como forma, casca, produtividade, qualidade da madeira, resistência a doenças, entre outros. As
pesquisas também têm sido realizadas com coníferas, com destaque para o pínus.
Toda
a pesquisa da SGA na área florestal tem sido realizada em parceria com diversas empresas da base florestal desde 2008,
com vários testes e validações em campo e publicações científicas demonstrando experimentalmente
o sucesso da metodologia. A técnica tem avançado em especial com o desenvolvimento de plataformas inéditas
de análise genômica de alto desempenho construídas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
a partir do sequenciamento completo do genoma do eucalipto realizado por pesquisadores de diversos países, liderados
pelo Brasil, África do Sul e Estados Unidos e publicado na revista Nature em 2014.
Congresso
O 5º Congresso Florestal é uma promoção da Associação Paranaense de Empresas de
Base Florestal (Apre), Embrapa Florestas, Associação Paranaense de Engenheiros Florestais (Apef), Universidade
Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual do
Centro-Oeste (Unicentro) e Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). O evento conta, ainda,
com o patrocínio ouro da Itaipu Binacional e do Instituto de Florestas do Paraná; patrocínio prata da
Arborgen e Klabin; patrocínio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-PR), Remasa e Tree Trading; apoio
de Florestal Alvorada e Dinagro; além do apoio institucional da Curitiba Convention & Visitors Bureau e Sistema
Fiep.
Para mais informações www.congressoflorestalpr.com.br/
Fonte: APR
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