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Publicado em 09/10/2015
A Argentina saiu na frente na corrida tecnológica global para o desenvolvimento e aprovação da primeira
soja transgênica tolerante à seca. O evento biotecnológico foi anunciado pela presidente Cristina Kirchner,
que também comunicou a aprovação de uma batata geneticamente modificada (GM) resistente ao vírus
PVY.
Fruto de uma parceria público-privada, a soja GM foi conseguida por meio da introdução
de um fator de transcrição do girassol. A modificação genética da leguminosa permite que
a planta se desenvolva mesmo em condições de carência de água. A pesquisadora da Universidade Nacional
do Litoral, Raquel Chan, é a responsável pela identificação dos genes que expressam a tolerância
ao estresse hídrico e a empresa nacional INDEAR, do grupo Bioceres, introduziu o gene na soja.
Segundo
o anúncio da presidente Cristina Kirchner, com essas aprovações, a Argentina passa a integrar um seleto
grupo de países, entre os quais está o Brasil, que desenvolve e aprova localmente inovações em
biotecnologia agrícola. “Estes não são apenas eventos tecnológicos, mas também produtos
com grande impacto econômico e social que representam uma alternativa na produção global de alimentos”,
disse Kirchner.
Para a diretora-executiva do CIB, Adriana Brondani, a aprovação dos novos transgênicos
está alinhada com o desafio global de alimentar uma população crescente de maneira sustentável.
“Uma soja tolerante à seca permite cultivar essa leguminosa em regiões com baixa disponibilidade de água,
o que certamente contribui para diminuir a pressão da agricultura sobre áreas protegidas e para o aumento na
produção de alimentos”, afirma Brondani.
Batata - Foi anunciada também a aprovação de uma batata geneticamente modificada resistente
ao vírus PVY (Potato Virus Y), responsável por uma doença que pode causar perdas de até 80% do
cultivo. A tecnologia foi desenvolvida pelo grupo dos cientistas Fernando Bravo Almonacid e Alejandro Mentaberry, do Instituto
de Engenharia Genética e Biotecnologia (INGEBI). A empresa que vai comercializar as sementes transgênicas é
a Tecnoplant, subsidiária do grupo Sidus.
Na Argentina, o vírus é endêmico em
todas as regiões produtoras de batata do País e o desenvolvimento da planta GM é exemplo de como a biotecnologia
pode contribuir para encontrar soluções para os problemas locais. “No Brasil, o caso do feijão
transgênico da Embrapa é análogo, já que é resistente a um vírus que ataca os vegetais
e impede que a cultura do feijão seja viável em diversas regiões do País”, compara Adriana
Brondani.
Fonte: CIB
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