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Brasil reforça ações para manter plantações de cacau livres de doença

Publicado em 02/09/2015

País recebe da Costa Rica três clones tolerantes à monilíase do cacaueiro para dar continuidade a pesquisas voltada à prevenção

Mais um reforço nas ações desenvolvidas pelo Brasil para se prevenir contra a entrada da monilíase do cacaueiro. Essa doença, ausente do território nacional, é provocada pelo Moniliophthora roreri, fungo que ataca o fruto do cacau causando prejuízos que variam de 50% a 100% da produção. Recentemente, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, recebeu da Costa Rica material genético tolerante à monilíase, que será multiplicado em seus campos experimentais.

O material resistente à monilíase foi enviado pelo Centro Agronômico de Pesquisa e Ensino (Catie), da Costa Rica. Os três clones remitidos ao Brasil ficarão em quarentena por dois anos no Centro Nacional de Recursos Genéticos (Cenargen), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Brasília. Essa ação faz parte do programa de pesquisas da Ceplac, em cumprimento ao Plano de Contingência da Monilíase do Cacaueiro.

A chegada dos três novos materiais genéticos possibilitará que a Ceplac continue os trabalhos de melhoramento genético preventivo, visando a resistência à monilíase. Segundo o assessor técnico-científico da instituição Manfred Müller, as pesquisas em andamento estão na fase de teste de progênie. O ensaio foi iniciado em 2012, contando hoje com cerca de 160 progênies oriundas do cruzamento de material resistente à monilíase e o estabelecimento para teste de campo de 30 mil plantas em áreas da Ceplac e/ou propriedades particulares.
 
Medidas de controle


Como medidas de controle contra a doença, a instituição trabalha com enfoque em quatro áreas principais: resistência de plantas ao fungo Moniliophthora roreri (causador da monilíase), controle biológico, controle químico e controle com produtos alternativos como indutores de resistência. No melhoramento preventivo, informou Müller, a estratégia utilizada é introduzir fontes de resistência à monilíase de outros países, estabelecer ferramentas genômicas para seleção de plantas resistentes à doença na ausência da praga e gerar variedades resistentes preventivamente, assim como testar clones brasileiros em países onde a praga é endêmica.

Para execução dessas linhas de pesquisas, a Ceplac conta com colaboradores e parcerias internacionais com ampla experiência nas áreas de melhoramento genético e biologia molecular como o Cirad/França, Cetie/Costa Rica, Corpoica e Fedecacao/Colômbia, Usda/USA,  Iniap/Equador e ICT/Peru.
 
A introdução desses novos clones resistentes à monilíase é resultado de uma cooperação técnica entre a Ceplac e o Catie, articulada pelos pesquisadores Uilson Lopes e Wilbert Phillips, com a colaboração do Barry Callebaut.

A monilíase do cacaueiro pode provocar desequilíbrios em ambientes agrícolas, urbanos e naturais, com reflexos econômicos, sociais e ambientais, como desemprego, perda de renda no meio rural e desmatamentos, considerando o caráter conservacionista da cultura do cacau. Os sintomas da monilíase são semelhantes aos provocados pela vassoura-de-bruxa nos frutos de cacaueiro.

O agronegócio do cacau tem grande importância socioeconômica no Brasil. O setor envolve cerca de 50.300 famílias, responsáveis pela geração de 500 mil empregos diretos e indiretos. O Brasil é um dos maiores consumidores de chocolate do mundo. Em 2014, a produção Nacional, segundo o IBGE/SIDRA, foi de 291 mil toneladas de cacau.

Fonte: MAPA

 

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