O que achou do novo blog?
e receba nosso informativo
Publicado em 14/07/2015
Diante da importância da citricultura para o Pará, a Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) promoveu
uma palestra para representantes da cadeia produtiva no Estado sobre o projeto “Criação e seleção
de variedades de citros mediante procedimentos clássicos e biotecnológicos, com ênfase no controle do
huanglongbing (HLB) e na tolerância à seca”.
O palestrante foi o pesquisador Walter Soares,
da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas-BA) e líder do Programa de Melhoramento Genético-Citros da
Embrapa. No evento foram divulgados os principais avanços do programa e as perspectivas das ações
no Pará.
“As parcerias vão permitir levar ao setor produtivo novas variedades de porta-enxerto
e de copa, melhorar a qualidade dos frutos das variedades já utilizadas, além de possibilitar produção
o ano inteiro, com sustentabilidade à citricultura regional”, avalia Soares. O trabalho de avaliação
e seleção focará em porta-enxertos e enxertos resistentes ao Greening ou Huanglongbing (HLB), considerada
a principal praga da citricultura, de difícil controle e altamente destrutiva para os pomares, podendo ser transmitida
via enxertia.
A Embrapa Amazônia Oriental e a Mandioca e Fruticultura trabalham em conjunto desde 2013 para
trazer 40 novos porta-enxertos ao Pará. “São genótipos que se destacam em outras regiões
do Brasil e que serão avaliados quanto a sua adaptabilidade e estabilidade de produção aqui no Estado”,
afirma o pesquisador Fábio Gurgel, da Embrapa Amazônia Oriental.
Citros no Pará
A citricultura paraense está entre as mais importantes do Brasil, sendo o Pará um dos poucos polos citrícolas
na zona equatorial no mundo. Capitão Poço, com 15 mil hecatres de área plantada e onde a citricultura
foi introduzida há cerca de 50 anos, é o principal produtor estadual.
A produtora Najda Ornela avalia
que ainda existem poucos estudos sobre a citricultura na região, mas acredita que com o apoio e parceria da Embrapa,
a cultura tem muita chance de crescer. “Capitão Poço já é conhecida como Terra da Laranja
e com a pesquisa do nosso lado, o melhoramento genético e o conhecimento adquirido podemos ficar mais fortes
no mercado nacional”, comenta.
“Somos como um leão adormecido. À medida que melhorar
a tecnologia , os produtores tiverem acesso a ela e começarem a adotá-la, e os pomares começarem a ser
tratados de forma eficiente, sem dúvida vamos despontar no cenário nacional da citricultura”, prevê
Junior Zamperlini, da Citropar.
O pesquisador Eduardo Girardi, da Mandioca e Fruticultura, lembra que o Brasil
é o maior produtor mundial de laranja e embora a produção do Pará seja baixa, se comparada aos
grandes produtores nacionais, cabe ao Pará o titulo de maior produtor do Norte. Segundo ele, o Pará necessita
investir em tecnologia para desenvolver a potencialidade de sua citricultura, em especial na genética e no manejo,
para a melhoria das espécies e da produtividade, além da resistência a doenças e pragas.
O trabalho da Embrapa em Capitão Poço, por meio do projeto, é desenvolvido em áreas de parceiros
para avaliar o desempenho de combinações copa/porta-enxerto explorando genótipos superiores selecionados
pelo PMG de Citros, em função de atributos de interesse relacionados à produção, qualidade
de frutos e tolerância a estresses bióticos e abióticos.
Enxertia
As parcerias irão permitir a avaliação e seleção de porta-enxertos e enxertos resistentes
ao Greening ou Huanglongbing (HLB). Conforme explica Fábio Gurgel, a enxertia é uma forma de criação
de mudas de plantas bastante utilizada em espécies frutíferas, como a laranja, limão e tangerina.
Nesse procedimento, o broto de uma planta (cavaleiro/copa), normalmente extraído da ponta de um galho, é
implantado na base de uma muda de uma segunda planta (cavalo/porta-enxerto). Esta técnica pode ser utilizada para gerar
mudas de plantas de difícil reprodução ou para aproveitar características das duas espécies.
Fonte: Izabel Drulla Brandão – Embrapa Amazônia Oriental
Envie para um amigo