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A busca por herbicidas de base natural

Publicado em 25/11/2014

clique para ampliarclique para ampliarCompostos naturais poderão servir de modelo para controle de plantas invasoras (Foto: Embrapa)

Estudos desenvolvidos pela Embrapa Meio Ambiente apontam que plantas como a Imperata cylindrica(também conhecida como grama-de-sangue) possuem compostos que inibem o crescimento de outras plantas. Extraídos por solventes, esses compostos serão testados em diferentes concentrações para se verificar o nível de eficácia. As pesquisas buscam combater a evolução da resistência de pragas e doenças aos pesticidas.

Antônio Cerdeira, da Embrapa Meio Ambiente, explica que a Embrapa não busca criar novos herbicidas. A tarefa inicial é isolar biocompostos de plantas específicas, com potencialidade herbicida. O resultado final esperado é o desenvolvimento de modelos para a criação de novos herbicidas naturais por indústrias químicas. Herbicidas, diga-se, eficientes, menos persistentes no ambiente e menos tóxicos que os produtos comerciais disponíveis no mercado.

Atualmente plantas daninhas resistentes ao controle com herbicida avançam em áreas de campos cultivados no Brasil e ameaçam o vantajoso sistema de plantio direto, principalmente em lavouras de soja e milho. A monocultura e o uso contínuo de uma única formulação de herbicida, por décadas, têm contribuído para a seleção natural de biótipos de plantas resistentes ou tolerantes, que infestam os campos e influenciam negativamente a rentabilidade nas lavouras.

As plantas invasoras que mais preocupam os pesquisadores são a buva (Conyza bonariensis e Conyza canadenses), o azevém (Lolium multiflorum) e o capim-amargoso (Digitaria insularis)  que possuem alto poder de disseminação. Uma única planta de buva, por exemplo, pode produzir até 200 mil sementes com características e estruturas de fácil dispersão pelo vento, o que a caracteriza como espécie agressiva quanto à infestação. A planta pode interferir na produtividade e, consequentemente, na lucratividade da lavoura, de modo bastante expressivo.

Infestações, mesmo em menor grau, da ordem de seis a dez indivíduos por m²/ ha, por exemplo, correspondem a meia tonelada de grãos a menos na balança. A conta é simples, quanto mais plantas invasoras no terreno, menor é a produtividade.

Antonio Luiz Cerdeira, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente, acredita que produzir grãos será uma tarefa que envolverá cada vez mais trabalho e recursos. "Podemos estar deixando de lado a praticidade do plantio direto, com uso de único herbicida no controle de plantas daninhas, por um sistema mais complexo, trabalhoso e oneroso para se produzir grãos", explica. Para ele, o agricultor precisa entender que acabou o tempo em que se deixava o mato crescer e, quando era conveniente, aplicava-se o herbicida "e, como num passe de mágica, resolvia-se a questão".

roadmapping da Rota Estratégica em Biotecnologia Agrícola e Florestal que tem como uma das visões de futuro para a indústria paranaense tornar-se referência em biotecnologia para fitossanitários. Destaca-se o fator crítico P&D, Tecnologia e Inovação e ações como a apresentada acima, reforçam e incentivam o desenvolvimento do setor.

Leia mais aqui.

Com informações de Embrapa. 

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