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Publicado em 20/08/2014
Nem sempre é fácil trabalhar de forma colaborativa em mundo tão competitivo, no entanto, para muitos fitopalogistas a formação e a manutenção de redes de pesquisa - em um país continental como o Brasil - tem se mostrado eficiente para a resolução de problemas fitossanitários. O resultado dessas parceiras de sucesso foi apresentado, durante o 47º Congresso Brasileiro de Fitopatologia, realizado de 17 a 22 de agosto, no Centro de Eventos, em Londrina (PR). O evento é promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Universidade Estadual de Londrina e Instituto Agronômico do Parana´
Uma dessas experiências é o Consorcio Antiferrugem, criado em 2004, como um projeto de transferência de tecnologia para a ferrugem asiática, uma das mais agressivas doenças para a soja. A ferrugem asiática da soja, introduzida no Brasil em 2001, era pouco conhecida e sua forma de distribuição pelo vento, assim como a dificuldade de identificação e de manejo da doença geravam muitas dúvidas.
De acordo com a pesquisadora da Embrapa Soja, Cláudia Godoy, membro do Consórcio Antiferrugem, paralelamente à criação do Consórcio havia sido formada uma rede de ensaios cooperativos entre pesquisadores de todo o Brasil, que vem gerando informações para subsidiar as ações de pesquisa e de técnicos e produtores no campo. "Em um primeiro momento, o Consórcio Antiferrugem foi criado para organizar as informações existentes e também para treinar os técnicos brasileiros sobre como proceder diante da doença", explica Godoy. "Atualmente a rede de ensaios cooperativos também compõe o Consórcio Antiferrugem", explica.
Atualmente, o Consórcio Antiferrugem conta com aproximadamente 100 laboratórios cadastrados em todo o Brasil, capacitados para identificar a ferrugem asiática que, às vezes é confundida com outras doenças da soja. Além disso, este Consórcio possui cerca de 60 pesquisadores de instituições públicas e privadas, distribuídos em todas as regiões brasileiras com o intuito de monitorar o problema e gerar novos conhecimentos sobre a doença.
As informações são repassadas por intermédio de palestras, treinamentos, dias de campo e também pelo website do Consórcio Antiferrugem (www.consorcioantiferrugem.net). A página do Consócio na internet reúne as principais informações sobre a doença e também monitora a doença em tempo real, durante a safra de soja. Este monitoramento gera um mapa sobre a dispersão da doença no Brasil, a partir da detecção regional desses focos e do compartilhamento digital. "A identificação regionalizada da doença é importante, porque ajuda na estratégia de controle da doença", destaca Godoy. "O Consórcio Antiferrugem é, de fato, uma parceira público-privada muito importante e, mesmo com os conflitos naturais, o saldo dessa rede é muito positivo para todos os envolvidos na cadeia da soja".
Redes de pesquisa combate doenças do trigo
Uma ação cooperativa no combate à giberela e à brusone, principais doenças do trigo, também foi destaque durante o Congresso de Fitopatologia. A giberela e a brusone são doenças causados por fungos que atacam as espigas dos cereais de inverno sob condições de moderada a elevada temperatura, associada à alta umidade relativa e molhamento, proveniente de chuvas frequentes no período do espigamento. A importância dessas doenças está na agressividade do patógeno, quando sob condições meteorológicas favoráveis à ocorrência da doença, associado ao alto nível de suscetibilidade das cultivares de trigo, principalmente à brusone. Adicionalmente, o controle químico dessas doenças é considerado pouco satisfatório e, sob ataque severo, economicamente inviável.
Com o objetivo de identificar as limitações no controle químico dessas duas doenças, foi criada uma ação conjunta em 2010, formando uma rede com instituições de pesquisa e empresas fabricantes de fungicidas. A rede "Ensaios cooperativos para controle de giberela e brusone do trigo" conta com experimentos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais e Distrito Federal. Os ensaios são coordenados pela Embrapa Trigo, com recursos públicos e privados, como os do projeto "Estratégias integradas de caracterização da resistência de trigo à brusone".
"Nos resultados iniciais, observamos que em laboratório os fungicidas são eficientes no controle dessas doenças, mas a campo os resultados não se repetem. Assim, estamos desenvolvendo ações em tecnologia de aplicação para melhorar o desempenho do controle químico", explica o pesquisador da Embrapa Trigo, Flávio Martins Santana.
Atendendo ao fator crítico Articulação entre os Atores, presente na visão de futuro do Roadmapping da Rota Estratégica em Biotecnologia Agrícola e Florestal que busca tornar o Paraná como referência em biotecnologia para fitossanitários, iniciativas e projetos em rede reforçam as ações estruturantes propostas nesta visão.
Fonte: Assessoria de Imprensa - 47º Congresso Brasileiro de Fitopatologia / Embrapa
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