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Publicado em 22/07/2014
Há milhares de anos agricultores cruzam variedades de milho com o objetivo de aumentar a produtividade do cereal. Recentemente, a biotecnologia se tornou mais uma ferramenta que contribuiu para a modificação do genoma da espécie afim de desenvolver plantas que produzem mais. Essas alterações genéticas priorizaram características como quantidade de grãos por espiga ao invés das estratégias de defesa do vegetal contra insetos e patógenos. Agora, cientistas suíços estão investigando o genoma do milho ancestral para recolocar no moderno genes que conferem características de proteção contra pragas.
Os pesquisadores identificaram que o milho moderno perdeu a habilidade de produzir um composto químico chamado E-β-cariofileno, liberado naturalmente por ancestrais da planta quando as raízes estavam sob ataques de lagartas. Essa substância atrai nematoides “amigáveis” que, por sua vez, matam as larvas da lagarta-da-raiz do milho (Diabrotica virgifera) em poucos dias.
O grupo de cientistas, liderados pelo Dr. Ted Turlings, da Universidade de Neuchâtel, na Suíça, investiga se a restauração da emissão do E-β-cariofileno protegeria o milho moderno contra lagartas. Testes revelaram que uma espécie de milho transgênico (contendo um gene do orégano) produziu o composto químico constantemente, atraiu mais nematoides e sofreu menos com o ataque das lagartas-da-raiz. “As ferramentas de defesa podem ser diretas, como a produção de toxinas, ou indiretas, a exemplo da produção de substâncias que atraem inimigos naturais dos herbívoros”, explica Turlings.
Esse resultado revela que o conhecimento dos mecanismos naturais de defesa das plantas pode ser aplicado na agricultura. “Estamos estudando o teosinto, um ancestral do milho, para encontrar outras formas de proteção, que podem ter sido perdidas com a domesticação, com o objetivo de restaurá-las no vegetal moderno” completou o pesquisador suíço.
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