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Publicado em 11/12/2013
Uma década depois da liberação no mercado nacional, as sementes transgênicas dominam quase todas as lavouras de grãos do Paraná. Segundo avaliação do Departamento de Economia Rural (Deral) do estado, cerca de 95% da produção de soja paranaense é geneticamente modificada; em relação ao milho, o índice é ainda maior: a estimativa é de que os grãos com transgenia dominem uma área bem próxima a 100% das plantações estaduais.
No entanto, mesmo com o domínio no campo paranaense, a agricultora transgênica ainda gera discussões sobre os efeitos colaterais que a prática causa. Alguns argumentos são que podem causas malefícios à saúde humana e que influenciam no uso indiscriminado de agrotóxicos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Brasil passou a ser o maior produtor e comprador de defensivos agrícolas, muito impulsionado pelas culturas com genética alterada.
Por outro lado, cooperativas e governo exaltam potencial econômico dos transgênicos. O engenheiro agrônomo Rafael Furlanetto, da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, afirma que a tecnologia dos transgênicos são um importante avanço na agricultura brasileira. Para ele, porém, é preciso que as mudanças nos genes sejam feitas de forma controlada para um bom resultado.
"A tecnologia é importantíssima e faz muito bem para a agricultura. Com os transgênicos, as produções rurais cresceram vertiginosamente, o que se reflete na economia do estado e, claro, do país. O uso, porém, muitas vezes é inadequado. É preciso dividir áreas de transgênicos e sementes convencionais e alternar as modificações genéticas. Se não se faz, as pragas se tornam resistentes aos defensivos e as consequências podem ser grandes", explica o engenheiro agrônomo Rafael Furnanetto, da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, de Maringá, no norte do Paraná.
O engenheiro ressalta que o maior uso de agrotóxicos, no entanto, não gera malefícios ao produto final e, por consequência, ao consumidor. "Se usado corretamente, não tem risco algum. O que pode gerar problemas é o uso de forma incorreta. As lavouras de milho, por exemplo, devem ter de 5% a 10% de área com sementes convencionais para que os grãos não criem resistência aos defensivos. Porém, não é o que acontece na maioria das plantações. Essa prática dá muito mais trabalho e, por comodidade, os produtores acabam não fazendo".
As variedades de sementes transgênicas também têm crescido no estado, afirma o diretor do Deral, Francisco Carlos Simione. Com isso, a produtividade das terras paranaenses também aumenta. Além disso, afirma que produtores que ainda insistem nas sementes convencionais têm prejuízo. Com relação ao aumento no uso de agrotóxico, o diretor do Deral garante que é um problema que pode ser controlado. "Ainda não é possível dizer se isso cria problemas reais para as produções. É questão de consciência ambiental. Se o produtor usar corretamente, acredito que não há dano nenhum".
O agricultor de Maringá, Marco Bruschi Neto, de 69 anos, é produtor há quase 50 anos e mantém todos os seus 600 hectares com sementes transgênicas de soja e milho. Para ele, a tecnologia genética só trouxe benefícios ao campo. "Tudo mudou depois dessa tecnologia. A produção é bem maior.” comentar o produtor. Neto compara a época em que começou a plantar, na década de 1950, e a agricultura atual do Paraná. "Queria ter nascido agora, nesta geração de tecnologia. Hoje em dia, é tudo mais fácil. Tem tecnologia para tudo. O produtor tem que aprender que o mundo muda, e muda muito rápido. Se não nos adequarmos, morreremos de fome e, junto conosco, mataremos todos os consumidores também".
Leia a reportagem na íntegra.
A utilização de transgênicos na agricultura paranaense reforça a visão de futuro de número 2, que vislumbra o Paraná como referência em genética e melhoramento vegetal. O roadmapping da Rota Estratégica em Biotecnologia Agrícola e Florestal é inspiração do projeto de Articulação das Rotas Estratégicas para a Indústria Paranaense, uma prática do Sistema Fiep desde 2009,realizada através dos Observatórios Sesi/Senai/IEL, que prioriza o setor de biotecnologia agrícola e florestal como estratégico para a indústria paranaense.
Fonte: G1 PR
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