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Nanotecnologia aliada à inovação

Publicado em 30/10/2013

A manipulação de matéria na escala atômica deve impulsionar a economia brasileira

Atualmente, o governo brasileiro aposta na nanotecnologia (sistemas e processos que envolvem a manipulação da matéria na escala atômica).  Priorizando ações de inovação, acaba de lançar um conjunto de ações estratégicas para o fortalecimento do setor, agrupadas na chamada Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN). O intuito é fazer dessa área protagonista do desenvolvimento econômico do país e, para isso, estão previstos investimentos da ordem de R$ 440 milhões no programa até o final de 2014.

O coordenador de Micro e Nanotecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz, em entrevista ao programa Conexão Ciência, afirmou que o Brasil está avançando na transformação do conhecimento científico em produtos e processos que vão chegar ao mercado e movimentar essa nova economia baseada na nanotecnologia. Plentz falou sobre os setores estratégicos que o Brasil está trabalhando, no que diz respeito à nanotecnologia, como a área aeroespacial, saúde, agronegócios, meio ambiente, plásticos, energia, cosméticos, óleo e gás (assista aqui a entrevista completa). 

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            para ampliarRepresentação esquemática dos nanotunos de carbono, material emblemático da nanotecnologia. Com cerca de 1.300 produtos no mercado, a área deverá movimentar trilhões de dólares nos próximos anos (Foto: LQES)

Segundo o químico Oswaldo Luiz Alves, professor da Universidade Estadual de Campinas e um dos principais especialistas em nanotecnologia do país, a proposta do governo tem tudo para tornar o Brasil competitivo na área e impulsionar de vez a inovação no país. No entanto, em sua opinião, é fundamental que se construa o quanto antes um marco regulatório para o setor, sintonizado com o contexto internacional e que leve em conta tanto os benefícios da nanotecnologia quanto seus potenciais riscos para a saúde e o meio ambiente.

Por exemplo, na área da saúde, a nanotecnologia já está bem avançada. Segundo Plentz, medicamentos podem ser produzidos em cápsulas que liberam os componentes ativos no organismo aos poucos com poder de persistência maior, ou seja, tomando apenas uma dose, o efeito do remédio pode durar por dias e até semanas.  É possível também produzir medicamentos com endereço certo, que vão agir diretamente em um determinado órgão ou célula, o que diminui os efeitos colaterais.

O mesmo princípio se aplica na agricultura, uma vez que na administração de agrotóxicos ou defensivos agrícolas, se é feita uma entrega direcionada e controlada, utiliza-se menos defensivos e eles são mais efetivos. A mesma coisa acontece com os nutrientes e fertilizantes para as plantas.

De acordo com o coordenador, a Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia foi um importante passo, integrando as ações governamentais responsáveis em promover o aumento da competitividade da indústria brasileira ancorada na nanotecnologia. O trabalho é coordenado pelo Comitê Interministerial de Nanotecnologia composto por dez ministérios, além de agências e entidades. “Outra ação importante foi criar o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia, abrangendo 26 laboratórios que vão receber financiamento e recursos prioritários do MCTI e que vão formar a base de infraestrutura para o desenvolvimento da nanotecnologia com foco na inovação”, ressaltou.

No ranking da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, o Brasil ocupa atualmente a 64ª posição. Segundo a avaliação do professor da Unicamp, a nanotecnologia pode impulsionar a inovação no Brasil. Sendo um dos aspectos intrínsecos das nanotecnologias a verificação de que a matéria na escala nanométrica apresenta propriedades muito diferentes daquelas quando no estado normal, essa situação gera a possibilidade vários tipos de propriedades e funcionalidades até então desconhecidos. Essa é a motivação que tem feito com que as empresas busquem as nanotecnologias e, numa linha de consequência direta, a inovação. Tal situação não está ligada somente a produtos, mas também ao desenvolvimento de processos industriais nanotecnológicos e serviços que incorporam as nanotecnologias. Certamente o Brasil tem grande potencial para se tornar competitivo na área. No entanto, precisa-se ser feitas escolhas que permitam a realização de projetos que façam avançar a ciência, que sejam estruturantes, que levem em conta os potenciais competitivos, respeitando as questões ambientais, de impacto sobre o homem, e que, efetivamente, sejam seguras, competitivas e capazes de gerar renda e riqueza.

clique para ampliar>clique para ampliarA nanobiotecnologia pode ter diferentes aplicações, resultando em produtos e processos inovadores (Foto: Divulgação)

A combinação da biotecnologia com a nanotecnologia origina a nanobiotecnologia, definida como a aplicação da nanotecnologia nas ciências da vida. Exemplos de suas aplicações são a liberação de fármacos, agentes de imagem, biossensores, cosmetologia, tratamento de resíduos, polímeros biodegradáveis, entre outros. Desta maneira, os investimentos em nanotecnologia, focado na inovação de processos e produtos, reforçam as ações estruturantes propostas no roadmapping da Rota Estratégica em Biotecnologia Agrícola e Florestal, principalmente o fator crítico P&D, Tecnologia e Inovação das quatro visões de futuros para a indústria paranaense.

Com o objetivo de consolidar as visões de futuro e acelerar a proposição e execução de projetos com vistas a consolidar as ações propostas neste Roadmapping, foram criados grupos de trabalho com diferentes temáticas. O grupo de articulação Centro Paranaense de Articulação de Pesquisa em Biotecnologia tem por objetivo fomentar e desenvolver pesquisa em biotecnologia atendendo demanda do setor. Atualmente, o grupo trabalha com uma proposta de levantamento de temáticas para a criação do centro, a fim de elaborar uma proposta de estruturação. A nanobiotecnologia é um das temáticas relacionadas na pesquisa sobre demandas em Biotecnologia Agrícola e Florestal.  Para ajudar a definir o futuro da biotecnologia paranaense, participe da pesquisa online de ofertas e demandas do setor de biotecnologia, clicando aqui

Uma das estratégias que o grupo definiu para o primeiro quadrimestre de 2014 é realizar um encontro onde os demandantes de pesquisas e tecnologias do setor irão encontrar os ofertantes, criando um ambiente para que parcerias e cooperações possam se concretizar. Primeiramente serão priorizadas as temáticas mais apontadas pela pesquisa, porém ao longo do ano objetiva-se realizar esta metodologia para as demais.

Acompanhe as informações sobre o evento pelo blog ou em casa de dúvidas envie para : observatorios.rota.biotecagroflorestal@fiepr.org.br

 

 

Fonte: CH On-line

           Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

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